Nesta terça-feira, o destaque vai para a próxima reunião do presidente americano com o líder chinês, Xi Jinping, na quinta-feira (30), que pode resultar em um novo acordo comercial entre os países.
Trump confirmou o encontro com o seu homólogo chinês na quinta-feira, e disse que a reunião “correrá bem”, em discurso nesta terça-feira, em jantar com empresários no Japão. Na ocasião, o republicano elogiou a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, a primeira mulher a ocupar o cargo no país.
No Brasil, o principal índice da B3 pode sustentar a desvalorização nesta terça-feira. A agenda esvaziada e o recuo do petróleo (1,70%) também dão margem para uma sessão mais contida da Bolsa hoje. Já o dólar hoje beira estabilidade ante o real (+0,06%), a R$ 5,38.
A queda, no entanto, pode ser atenuada pela alta de 1,93% do minério de ferro e pelo desempenho positivo dos índices futuros de ações em Nova York, um dia antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Espera-se que o banco central dos EUA reduza as taxas em 0,25 ponto porcentual, pela segunda vez consecutiva.
Além da redução esperada para esta quarta-feira, André Valério, economista sênior do Inter, prevê outro corte de mesma magnitude na reunião de dezembro. A expectativa de novos cortes pelo Fed tende a abrir espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom) inicie o processo de queda da Selic. A maioria das apostas aponta que o ciclo comece em janeiro de 2026.
Para Daniel Gewehr, estrategista-chefe de ações para Brasil e América Latina (LatAm) do Itaú BBA, esse cenário de queda dos juros deve atrair investidores estrangeiros para a B3 — apesar da saída de recursos internacionais observada em outubro, que somou R$ 3,282 bilhões até o fim da semana passada, o pior resultado em seis anos.
As incertezas fiscais no Brasil também estão no foco. Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá um almoço com o relator do projeto que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil, senador Renan Calheiros (MDB-AL). O governo articula com o Congresso medidas para aprovar o Orçamento de 2026 e estuda alternativas para compensar o rombo provocado pela derrubada da Medida Provisória do IOF.
A temporada de balanços do terceiro trimestre segue no radar. Os números trimestrais da Hypera (HYPE3) serão divulgados após o fechamento dos mercados – veja o calendário resultados do terceiro trimestre. No exterior, investidores acompanham balanços da UnitedHealth Group (UNH) e (VISA34).
Ibovespa hoje: os principais assuntos desta terça-feira (28)
Bolsas de valores globais operam estáveis atentas a acordo EUA-China
Após o otimismo com a perspectiva de um acordo comercial entre Estados Unidos e China, que voltam a se reunir na quinta-feira, os futuros de Nova York operam perto da estabilidade, enquanto as bolsas asiáticas fecharam em baixa, com possível realização de lucros.
Em visita ao Japão nesta terça-feira, Trump elogiou a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, a primeira mulher a ocupar o cargo no país. Os dois líderes assinaram acordos bilaterais, entre eles a criação de um fundo de US$ 550 bilhões para investimentos japoneses nos EUA e a manutenção de tarifas de 15% sobre produtos importados do Japão.
Já a China e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) assinaram uma versão ampliada de seu acordo de livre-comércio.
As bolsas europeias operam próximas da estabilidade, em meio à divulgação de balanços corporativos. O lucro do BNP Paribas no terceiro trimestre decepcionou, e as ações caíam cerca de 3% nesta manhã na Bolsa de Paris. Já os papéis do HSBC e da Iberdrola subiam em Londres e Madri. As ações da UnitedHealth avançavam mais de 4% após a divulgação do balanço.
O que mais repercute no mercado brasileiro de ações hoje
Na cena fiscal, as medidas do governo voltadas à contenção de gastos serão retiradas do parecer do deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP) sobre o projeto que trata da falsificação de bebidas alcoólicas e incorporadas ao relatório do deputado Juscelino Filho (União-MA), que analisa a criação do Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp).
O governo deve enviar ao Congresso os projetos para garantir as receitas antes previstas na Medida Provisória (MP) 1.303, que trazia alternativas à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após o retorno do presidente Lula.
Além disso, o governo brasileiro considera reduzir a tarifa de importação de etanol dos Estados Unidos, atualmente em 18%, em troca da retirada da sobretaxa imposta pelos americanos ao café e à carne brasileiros, segundo assessores do presidente.
Agenda econômica do dia
A véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) traz uma agenda enxuta no Ibovespa hoje. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpre compromissos no Japão, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve chegar a Brasília esta noite, após passar sete dias em viagem à Ásia.
Ainda na agenda econômica hoje, o Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado pode votar o Projeto de Lei Complementar (PLP) 224/2019, que limita o comprometimento anual da receita dos municípios com o pagamento de dívidas à União.
O balanço da Hypera (HYPE3) será divulgado após o fechamento dos mercados – veja o calendário resultados do terceiro trimestre. No exterior, investidores acompanham balanços da UnitedHealth Group (UNH) e (VISA34).
Entre os indicadores, há a publicação do Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) e sondagem da construção de outubro, além dos leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast