O bom humor internacional estimulou a alta do principal índice da B3 hoje. Os investidores repercutiram principalmente o tom apaziguador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, depois de o republicano ter anunciado uma tarifa de 100% à China, a partir de 1° de novembro.
Em reação a este sinal do republicano, os índices de ações em Nova York e o petróleo Brent (0,94%) subiram. O minério de ferro fechou com valorização de 1,13% no fechamento desta segunda-feira em Dalian, na China.
Ainda ajudou a aliviar o índice Ibovespa a nova rodada de desaceleração em algumas projeções no Focus divulgado hoje. O relatório reduziu a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano (de 4,80% para 4,72%) e de 2028 (de 3,70% para 3,68%). Além disso, a projeção mediana suavizada para o IPCA nos próximos 12 meses passou de 4,21% para 4,13%. Entretanto, a projeção para a taxa Selic prosseguiu em 15% para o fim de 2025 e em 12,25% no final do ano que vem.
Na sexta-feira (10), o IBOV fechou em queda de 0,73%, aos 140.680,34 pontos, no menor nível de encerramento em pouco mais de um mês, diante de preocupações com tarifas globais e por temores fiscais no Brasil.
No câmbio, o dólar hoje encerrou em alta ante outras moedas de economias desenvolvidas, mas caiu ante o real. No encerramento, a moeda americana recuou 0,75%, a R$ 5,4623.
Ibovespa hoje: os principais assuntos desta segunda (13)
Bolsas de NY sobem com suavização de discurso de Trump sobre a China
As bolsas asiáticas caíram hoje, mas os índices de Nova York fecharam em alta, em uma recuperação após as fortes perdas de sexta-feira (10), quando o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 100% sobre produtos chineses em retaliação ao que ele considerou como endurecimento por Pequim das regras para exportação de terras raras.
Pequim respondeu que adotará medidas de retaliação, mas pediu diálogo, enquanto Trump suavizou o discurso e afirmou que “tudo ficará bem”.
As bolsas europeias também se beneficiaram com a trégua no tom entre as duas maiores potências econômicas mundiais. Em Londres, o FTSE 100 teve alta de 0,18%, a 9.444,71 pontos. Em Frankfurt, o DAX avançou 0,55%, nos 24.375,28 pontos. Em Paris, o CAC 40 ganhou 0,07%, a 7.923,92 pontos. Em Milão, o FTSE MIB registrou valorização de 0,14%, a 42.106,28 pontos. Em Madri, o Ibex 35 ganhou 0,36%, a 15.542,04 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 subiu 0,65%, a 8.222,83 pontos.
Boletim Focus reduz projeção do IPCA em 2025
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (13), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 4,80% para 4,72%. A taxa está 0,22 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 4,83%. Considerando apenas as 67 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 4,80% para 4,70%.
Já para os juros brasileiros, a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,00% pela 16ª semana consecutiva, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido os juros neste nível na mais recente decisão, no dia 17 de setembro.
O que mais mexeu com o Ibovespa hoje
Os investidores seguiram no aguardo da definição das medidas de compensação fiscal após a derrubada da MP alternativa ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e também dos desdobramentos das negociações de tarifas entre o Brasil e os Estados Unidos.
O vice-presidente, ministro do Desenvolvimento e um dos principais articuladores pelo fim do tarifaço com os EUA, Geraldo Alckmin, disse estar otimista com a possibilidade de Trump aceitar o pedido do Brasil de suspender a tarifa de 40% sobre produtos brasileiros, após a conversa telefônica entre os presidentes Lula e Trump na semana passada.
Na cena fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa na terça-feira (14) de sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para discutir o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil. A reunião, marcada para as 10h, será a primeira de quatro audiências públicas sobre o tema.
Agenda econômica da semana
Nos próximos dias, estão programados os dados de agosto do volume de serviços na terça-feira (14); vendas no varejo na quarta-feira (15); Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) na quinta-feira (16); e Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de outubro, na sexta (17).
Nos Estados Unidos, o feriado do Dia de Colombo manteve apenas o mercado de Treasuries (títulos da dívida estadunidense) fechado hoje, enquanto a safra de balanços do terceiro trimestre estreia na terça-feira com bancos como JPMorgan, Citi e Wells Fargo.
As Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial ao longo da semana e discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, nesta terça-feira, devem movimentar os mercados internacionais.
Na quarta-feira (15), o Federal Reserve publica o Livro Bege (relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos); e na China saem os dados de inflação de setembro na terça.
Esses e outros dados do dia devem ficar no radar de investidores e impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa.
*Com informações de Silvana Rocha e Maria Regina Silva, do Broadcast