

O Ibovespa hoje opera em alta de 0,27%, aos 132.881 pontos, às 12h13 desta quinta-feira (27). As atenções do mercado estão no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de março. Também ficam no radar os desdobramentos da guerra comercial dos Estados Unidos – veja aqui a agenda completa do dia.
A alta do minério de ferro e a desaceleração da inflação brasileira em março podem sobrepor ao viés negativo das bolsas Nova York sobre o principal índice da B3 hoje, somado à fraqueza do petróleo.
Lá fora, ainda repercute o anúncio de novas tarifas dos EUA, que, segundo Donald Trump, serão menores que as impostas por parceiros comerciais, mas afetarão “todos os países” na ação prevista para a próxima semana.
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Quanto ao IPCA-15, a taxa de inflação arrefeceu para 0,64% em março, ante 1,23% em fevereiro. O dado ficou abaixo da mediana de 0,68% encontrada na pesquisa feita pelo Projeções Broadcast. “É positivo”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
O IPCA-15 de março é o mais elevado para o mês desde 2023. Assim, os juros futuros recuam, e isso pode beneficiar ações mais sensíveis ao ciclo econômico na B3.
Em relação ao dólar hoje, a moeda estende perdas ante rivais, mas mostra força sob o real. Após abrir em queda nesta quinta-feira, o dólar ampliou alta para 0,13%, a R$ 5,7506, por volta das 11h20 (de Brasília).
Na véspera, o Índice Bovespa alcançou o maior valor de encerramento desde o dia 2 de outubro, então a 133.514,94 pontos – veja aqui.
Ibovespa hoje: ações em destaque
Oi (OIBR3) desaba após prejuízo
As ações da Oi, em recuperação judicial, recuam 8,03% nesta manhã, após reportar um prejuízo de R$ 2,9 bilhões no quarto trimestre de 2024. O papel tem a segunda maior queda do mercado. Os números vieram abaixo do esperado pela Genial, que considerou o balanço fraco. A corretora destaca que a empresa continua pressionada por uma geração de caixa operacional negativa.
Minerva (BEEF3) e mais frigoríficas sobem à espera de mercado japonês
Os frigoríficos brasileiros operam em alta, com a Minerva avançando 5,01% e liderando os ganhos do Ibovespa. No setor, a BRF (BRFS3) registra alta de 4,26%, enquanto a Marfrig (MRFG3) sobe 3,58% e a JBS (JBSS3) avança 2,37%.
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Segundo Rafael Passos, sócio da Ajax Assets, o setor é impulsionado pelas negociações para a abertura do mercado japonês, prevista para 2025, além do forte desempenho das exportações para a China.
Além disso, o Santander reiterou a recomendação de outperform (equivalente a compra) para a JBS e elevou o preço-alvo de R$ 53 para R$ 58. O banco também destacou que o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) da Minerva deve crescer 9% em 2025, impulsionado pelos altos preços da carne bovina no mercado externo e pela aceleração das operações, que ocorre mais rapidamente do que o esperado.
Petrobras (PETR3; PETR4) é a única alta do setor
Após a divulgação dos dados de produção da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que indicaram um crescimento de aproximadamente 3% na produção de fevereiro, as ações da Petrobras são as únicas do setor em alta, com avanços de 0,90% (ON) e 0,96% (PN). Enquanto isso, a Prio recua 0,32%, a PetroReconcavo cai 0,95% e a Brava registra queda de 2,31%.
“Os dados indicam um possível aumento na produção de aproximadamente 5% na comparação trimestral entre janeiro e março, com destaque para os campos do pré-sal. Para 2025, espera-se um crescimento da produção acima desse patamar”, explica Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Assets. O Santander, por sua vez, projeta uma evolução de 7% para o ano.
O petróleo reverteu as perdas da manhã e opera em alta, com o Brent subindo 0,12% e o WTI avançando 0,25%.
Mercado financeiro hoje: assuntos mais importantes desta quinta-feira
Como reagem as bolsas internacionais após ameaças de Trump?
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única. Os mercados chineses avançaram após o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar uma possível redução de tarifas sobre a China, caso haja um acordo sobre a rede social TikTok.
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No entanto, Japão e Coreia do Sul recuaram, pressionados pela forte queda de montadoras como Mazda (-6%), Subaru (-5%), Hyundai (-4,3%) e Kia (-3,5%), após a confirmação da sobretaxa de 25% sobre carros não produzidos nos EUA.
Trump também ameaçou tarifas ainda maiores caso Canadá e União Europeia adotem retaliações, com a expectativa de arrecadar US$ 100 bilhões. O Canadá já estuda possíveis represálias.
Na Europa, os mercados seguem pressionados, especialmente as montadoras Stellantis (-4%), Mercedes-Benz (-3,8%), BMW (-2,8%) e Volkswagen (-2,2%), enquanto os futuros de Nova York tentam se recuperar.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem e o dólar hoje recua, com investidores aguardando as novas tarifas dos EUA, que, segundo Trump, serão menores que as impostas por parceiros comerciais, mas afetarão “todos os países” na ação prevista para a próxima semana.
IPCA-15: o que esperar da inflação em março?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial brasileira registrou alta de 0,64% em março, após ter subido 1,23% em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O resultado ficou levemente abaixo da mediana de estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 0,68%. O intervalo de estimativas ia de alta de 0,35% a 0,84%.
Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 1,99% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 5,26%. As projeções iam de avanço de 4,95% a 5,47%, com mediana de 5,30%. O indicador deve influenciar as expectativas sobre o ciclo de alta da Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano.
Commodities: petróleo recua, minério sobe
O petróleo opera em baixa, revertendo parte dos ganhos de quarta-feira (26), enquanto investidores ponderam os possíveis efeitos de tarifas de Trump. No início da manhã, o barril do petróleo WTI para maio mostrava estabilidade, enquanto o do Brent para junho recuava 0,04%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 1,28%, cotado a 789 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 108,55 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,10% no pré-mercado de Nova York, por volta das 9h55 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) recuavam 0,07% no mesmo horário.
Como deve reagir o Ibovespa hoje?
A volatilidade pode pesar sobre o índice hoje, diante das tarifas de Trump, da queda do petróleo e da alta do minério de ferro.
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Os ativos nacionais, especialmente os juros, serão impactados pelo IPCA-15, pelo resultado fiscal e pelo Relatório de Política Monetária, que direcionam expectativas sobre o ciclo de alta da Selic, assim como os sinais que podem ser dados por Galípolo e Guillen. O governo central teve déficit de R$ 31,673 bilhões, acima da mediana negativa de R$ 30,925 bilhões.
No campo fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara em 23 de abril para apresentar os impactos da isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil. O Ibovespa hoje também monitora a oferta de títulos prefixados após o mega leilão da semana passada.
*Com informações de Vinícius Novais e Daniela Amorim, do Broadcast.
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