O principal índice da B3 hoje cai contrariando a valorização de 1,81% do minério de ferro e do petróleo – que avança 0,77% no WTI e 0,51% no Brent.
Além disso, seguem no foco as incertezas com as tarifas impostas a produtos brasileiros pelos Estados Unidos e outros temas relacionados ao Brasil. Nesta manhã, o dólar hoje tem leve queda de 0,11%, a R$ 5,5601, enquanto os juros futuros operam em baixa.
No centro das atenções dos investidores está a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de manter parte do decreto do presidente Lula sobre o aumento do IOF. A manutenção pode pesar principalmente sobre ações de varejistas, bancos e seguradoras.
“O posicionamento do STF impacta o mercado de crédito ao trazer novas variáveis para operações que já vinham sendo ajustadas a um cenário de juros elevados”, pontua Jorge Kotz, CEO da Holding Grupo X, em nota.
Outro ponto que deve atrair a atenção do mercado é a nova pesquisa Genial/Quaest, que mostra melhora nas intenções de voto de Lula para as eleições de 2026 — com o presidente vencendo todos os potenciais adversários tanto no primeiro quanto no segundo turno. Papéis de estatais podem ser os mais sensíveis a esse avanço do petista.
Ibovespa hoje: o que você deve acompanhar nesta quinta-feira (17)
Agenda econômica do dia
O mercado financeiro concentra as atenções nesta quinta-feira (17) às negociações de tarifas dos EUA e discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ganham relevância em meio aos ataques a Jerome Powell, presidente da autoridade monetária do país. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) deve repercutir no Ibovespa hoje.
A agenda econômica desta quinta-feira traz o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de julho pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) terá novas reuniões com representantes da indústria e com o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agenda em Goiânia (GO) pela manhã e Juazeiro (BA), à tarde. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participa da entrega de casas em Embu das Artes.
O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Paulo Picchetti, participa da reunião fechada de ministros das Finanças e presidentes de BCs do G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), na África do Sul.
No exterior, os EUA informam dados de vendas no varejo em junho e os pedidos semanais de auxílio-desemprego, além do índice de confiança das construtoras em julho. Quatro dirigentes do Fed participam de eventos: as diretoras Adriana Kugler e Lisa Cook; Mary Daly, de São Francisco; e o diretor Christopher Waller.
Bolsas globais digerem tarifas de Trump e rumores sobre Powell
As bolsas de Nova York abriram perto da estabilidade nesta quinta-feira, influenciadas pelos rumores sobre a possível demissão de Jerome Powell por Donald Trump, que voltou a criticá-lo. O presidente do Fed de Nova York, John Williams, alertou que as tarifas dos EUA podem elevar a inflação em até 1 ponto porcentual até o início de 2026 e defendeu juros “modestamente restritivos”.
Trump prometeu anunciar uma tarifa única de 10% a 15% para cerca de 150 países e falou em possível acordo com a União Europeia, mas descartou avanços com o Canadá por ora.
Ainda, a notícia de que a Coca-Cola (COCA34) substituirá o xarope de milho por açúcar de cana nos EUA continua pesando negativamente nas ações da ADM e da Ingredion no pré-mercado desta quinta-feira.
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira.
As bolsas da Europa fecharam em alta hoje, acompanhando as negociações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia, a temporada de balanços e a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,96%, a 547,03 pontos. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,52%, a 8.972,64 pontos. Em Frankfurt, o DAX avançou 1,51%, a 24.370,93 pontos. Em Paris, o CAC 40 ganhou 1,29%, a 7.822,00 pontos.
Commodities hoje: minério e petróleo avançam
Os contratos futuros do petróleo operam em alta nesta manhã, na contramão das perdas das sessões anteriores, quando a commodity foi pressionada pelo noticiário sobre tarifas comerciais. Nesta manhã, o WTI para agosto subia 0,73%, a US$ 66,71, e o barril do tipo Brent para setembro 0,48%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, na China, para setembro de 2025, fechou em alta de 1,81%, cotado a 785,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 109,4.
STF decide validar IOF
Depois de tentar a conciliação entre os dois Poderes, o ministro Alexandre de Moraes validou a maior parte do decreto do governo que aumentou o imposto e havia sido derrubado pelos parlamentares, mas revogou a tributação das operações do chamado risco sacado. Segundo ele, por entender que não configuram operações de crédito – veja impacto para o mercado.
Popularidade de Lula cresce no Brasil
Também deve pesar negativamente nos ativos a nova pesquisa Genial/Quaest, que aponta melhora na avaliação do governo após o tarifaço de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, além de mostrar que o presidente Lula venceria as eleições de 2026 em todos os cenários.
Na última quarta-feira (16), os juros futuros e o dólar à vista subiram levemente com o receio de que esse cenário enfraqueça candidaturas de centro-direita em 2026, enquanto a popularidade de Lula cresce.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast