

O Ibovespa hoje opera em queda de 1,17%, aos 135.721 pontos nesta terça-feira (19). O mercado segue acompanhando os desdobramentos dos diálogos entre Estados Unidos e Ucrânia na reunião da véspera, em Washington.
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O Ibovespa hoje opera em queda de 1,17%, aos 135.721 pontos nesta terça-feira (19). O mercado segue acompanhando os desdobramentos dos diálogos entre Estados Unidos e Ucrânia na reunião da véspera, em Washington.
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O principal índice da B3 hoje tende a operar em queda, em dia de agenda pouco movimentada, devolvendo parte dos ganhos da véspera (+0,72%), enquanto os investidores de todo o mundo monitoram os movimentos da Casa Branca no xadrez da guerra na Ucrânia.
As commodities podem pesar negativamente no pregão. Os preços do petróleo recuam perto de 1%, diante da expectativa de eventual fim das sanções ao petróleo russo, conforme evoluírem as negociações em torno do conflito. Já o minério de ferro fechou em baixa de 0,64% na China.
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Os índices futuros de Nova York rondam a estabilidade e as bolsas europeias avançam, refletindo otimismo com a possibilidade do fim da guerra.
Na avaliação de profissionais do mercado, vale a atenção às ações do setor financeiro neste pregão, bloco de maior peso na composição do Ibovespa e símbolos de liquidez do mercado, por conta do noticiário recente.
“Pode começar a preocupar o potencial impasse ligado à aplicação da Lei Magnitsky pelo setor financeiro, após decisão de ontem do ministro Flávio Dino visando barrar as sanções adotadas pelo governo norte-americano. Ocorre que instituições que atuam em território dos EUA podem sofrer retaliações em caso de não cumprimento das sanções”, afirma Silvio Campos Neto, economista-sênior e sócio da Tendências.
Já o dólar hoje renovou a máxima no mercado à vista, a R$ 5,4715 (+0,68%). O mercado de câmbio se ajusta à desaceleração do índice DXY do dólar – que mede a variação cambial da moeda americana em relação a outras seis divisas relevantes – após o aumento das construções de moradias nos EUA em julho em ritmo anualizado acima da previsão, enquanto as permissões para novas obras caíram – acompanhe o noticiário do dia sobre o dólar.
O destaque da agenda econômica desta terça-feira (19) ainda ficam com os resultados das reuniões de ontem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus, em Washington. O Ibovespa hoje também repercute a nota de crédito dos Estados Unidos, da S&P Global.
No Brasil, o foco de hoje fica na participação do vice-presidente Geraldo Alckmin na Conferência Anual do Santander (SANB11).
A agenda de indicadores está fraca e coloca as atenções nos dados de construções de moradias iniciadas nos EUA em julho e no discurso da vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Michelle Bowman, em evento pré encontro de Jackson Hole.
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O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participa da primeira sessão reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). O Tesouro faz leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
O Banco do Povo da China (PBoC) anuncia decisão sobre taxas de juros de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano e de 5 anos.
Os futuros de Nova York rondavam a estabilidade e as bolsas de valores europeias subiam, refletindo otimismo com o fim da guerra na Ucrânia.
Donald Trump ofereceu ajuda e garantias de segurança à Ucrânia para evitar que a Rússia retome a guerra no futuro, mas não disse quais seriam. Ele afirmou também esperar realizar uma reunião trilateral entre ele e os líderes russo (Vladimir Putin) e ucraniano.
Zelensky afirmou que ainda não há data marcada para um possível encontro com Putin, mas o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, disse que isso pode ocorrer em duas semanas.
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Nesta manhã, Trump afirmou que a Ucrânia não será parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas que haverá alguma forma de segurança para o país. Ao ser questionado sobre possíveis garantias de segurança dos EUA, Trump disse que elas possivelmente serão por via aérea.
O presidente americano ainda ressaltou a possibilidade de seu homólogo russo, Vladimir Putin, não querer fazer um acordo para encerrar o conflito com a Ucrânia e mencionou que “parte do problema” é a falta de comunicação do Kremlin com a Europa.
A ação da Intel (ITLC34) subia mais de 6% no pré-mercado em NY, um dia após o japonês SoftBank anunciar investimento de US$ 2 bilhões na fabricante de chips americana. Já a bolsa de Tóquio fechou em leve baixa, puxada pela queda de 4,01% na ação da SoftBank.
As ações da Home Depot caíam mais de 1% após decepção com o balanço do segundo trimestre fiscal.
A S&P Global reafirmou os ratings (avaliação que mostra o risco de crédito) soberanos AA+ de longo prazo e A-1+ de curto prazo dos EUA, mantendo perspectiva estável, na última segunda-feira (18).
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Em comunicado, a agência de classificação de risco aponta que o governo Trump conseguiu aprovar seu projeto de lei fiscal, sete meses depois de assumir o poder, e continua reformulando o regime de comércio internacional dos EUA.
A S&P também prevê que, com o aumento efetivo de tarifas, a “significativa” receita com tarifas compensará de modo geral os resultados fiscais mais fracos ligados à nova legislação, que estabelece tanto cortes quanto aumentos de impostos e gastos.
A perspectiva estável, por sua vez, reflete a expectativa da S&P de resiliência da economia dos EUA, assim como “execução plausível e eficaz da política monetária” e “déficits fiscais altos, mas não crescentes”.
No campo comercial, que sofre com as tarifas dos EUA contra produtos brasileiros, o Ministério das Relações Exteriores enviou resposta aos EUA rejeitando acusações de práticas desleais na relação entre os dois países, afirmando que apenas a Organização Mundial do Comércio (OMC) tem foro legítimo para solução de disputas. O Itamaraty ressaltou que o País mantém um regime “aberto e baseado em regras”.
No âmbito jurídico, a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de invalidar efeitos automáticos de leis estrangeiras no Brasil gera repercussões. A medida foi vista como uma tentativa de blindar o colega Alexandre de Moraes das sanções da Lei Magnitsky, o que criou, segundo fontes da Coluna do Estadão, um quadro “inédito, complexo e sensível”, além de deixar bancos em incerteza sobre como lidar com relações comerciais envolvendo o magistrado punido pelos americanos.
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Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações no Ibovespa hoje.
*Com informações de Paula Dias, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast
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