Reunião em Washington sobre Ucrânia fica sob holofotes no Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
A semana começa com atenção à reunião dos presidentes Donald Trump (EUA) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia), em Washington, com a presença de líderes europeus e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). No Ibovespa hoje, ficam no radar o boletim Focus e a prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
O encontro entre presidentes dos EUA e Ucrânia desta segunda-feira ocorre após a reunião de Trump com o líder russo Vladimir Putin, no Alasca, que terminou sem um acordo de cessar-fogo. Segundo a Axios, Trump propôs uma cúpula trilateral com Rússia e Ucrânia para sexta-feira (22).
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa da abertura de fórum do Financial Times & Times Brasil CNBC. Já o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, e o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, comparecem ao Warren Day.
Entre os indicadores, há o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de agosto e Índice de Atividade Econômica do Banco Central, indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de junho, além dos dados semanais da balança comercial. A XP publica balanço do segundo trimestre, após o fechamento do mercado.
Na terça-feira (19), a Prefeitura de São Paulo realiza o leilão de Cepacs da Operação Urbana Consorciada Faria Lima (OUCFL).
No exterior, nesta segunda, será divulgado o índice de confiança das construtoras americanas de agosto. Já Banco do Povo da China (PBoC) define taxas de juros de 1 e 5 anos na terça-feira.
Além disso, há a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) na quarta-feira (20). Os índices de inflação ao consumidor de julho da zona do euro, Alemanha e Reino Unido serão publicados na quarta; e os PMIs composto, industrial e de serviços preliminares de agosto dos EUA e países europeus, na quinta-feira (21).
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Também há expectativas pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, que será realizado de quinta a sábado (23), organizado pelo Fed de Kansas City, em Wyoming. Dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra, no sábado.
Ibovespa hoje: o que acompanhar nesta segunda-feira (18)
Bolsas globais mostram cautela à espera de Trump e Zelensky
Os mercados internacionais operam com cautela antes da reunião entre Trump, Zelensky e líderes europeus, que busca discutir um possível acordo de paz.
Após encontrar-se com Putin no Alasca, Trump sugeriu que a paz seria rápida se Zelensky aceitasse ceder territórios, proposta já rejeitada por Kiev. Moscou insiste no controle de Donetsk e Luhansk.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que fronteiras não podem ser alteradas pela força.
Nos mercados, os índices futuros em Nova York caem, acompanhados por queda nos juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e alta dodólar hoje, com atenção voltada também à ata do Fed e às declarações de Powell, em meio a expectativas de corte de juros.
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Na Europa, as bolsas recuam após queda do superávit comercial da zona do euro, com exceção de Lisboa, que sobe impulsionada pela valorização da EDP, em reação a diretrizes do governo dos EUA sobre créditos fiscais.
IBC-Br: o que esperar da prévia do PIB em junho?
A mediana do mercado indica alta de 0,05% da prévia do PIB em junho. (Foto: Adobe Stock)
Após recuar em maio, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), também conhecido como prévia do PIB, deve ter desempenho próximo de zero em junho, reforçando a avaliação de perda de dinamismo da economia doméstica no segundo trimestre do ano.
A mediana do mercado indica alta de 0,05% do índice de junho, após queda de 0,74% em maio. As estimativas variam de recuo de 0,2% a alta de 0,4%.
Entre 24 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 12 estimam variação positiva para o indicador no mês. Outras oito casas estimam novo recuo, enquanto quatro instituições anteveem variação nula para o indicador do BC.
O economista Antonio Macedo, do Banco Daycoval, estima expansão de 0,2% para esta leitura do IBC-Br. “A alta deve ser puxada principalmente pelo crescimento do setor de serviços”, diz Macedo, que já trabalhava com um cenário de resiliência do setor no segundo trimestre, enquanto o consumo das famílias e a indústria apontariam perda de força.
Boletim Focus: inflação em 2025 se aproxima da meta
O boletim Focus do Banco Central atualizou, nesta segunda-feira (18), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
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A mediana das projeções da inflação brasileira em 2025 se aproximou mais da meta de inflação (4,50%), passando de 5,05% a 4,95%. Quanto aos juros brasileiros, o relatório do BC espera que a Selic permaneça em 15% ao ano no final de 2025. Veja os detalhes do novo boletim Focus nesta matéria.
O petróleo avança com esperanças de distensão no conflito na Ucrânia e menor risco ao fornecimento da commodity. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para outubro subia 0,38%, a US$ 62,38, enquanto o do Brent para o mesmo mês avançava 0,31%, a US$ 66,15.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro recuou 0,64% em Dalian, no contrato futuro para janeiro de 2026, cotado a 772 yuans, equivalente a US$ 107,48 por tonelada.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,30% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,17%.
O que esperar do Ibovespa hoje?
O Índice Bovespa hoje pode ser pressionado pelo mau humor das bolsas internacionais e pela queda do minério de ferro, mas a alta do petróleo tende a suavizar as perdas. A curva de juros deve oscilar pouco, influenciada pela queda dos Treasuries, embora a valorização do dólar atue como contraponto.
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,16% em agosto, após a queda de 1,65% em julho, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado veio abaixo da mediana positiva das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, de 0,29%, com intervalo entre uma alta entre 0,05% e 0,57%.
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O foco também está nas tensões comerciais com os EUA: o governo brasileiro deve apresentar hoje sua defesa contra acusações de práticas desleais.
Pesquisa Datafolha mostra divisão de responsabilidade pela sobretaxa americana: 39% culpam Jair e Eduardo Bolsonaro, 35% o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 15% Alexandre de Moraes.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, reafirmou que o Brasil busca diálogo e medidas como Reintegra e Drawback para mitigar impactos. Já o embaixador da China destacou o apoio do país ao Brasil contra o que chamou de “intimidação unilateral”.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
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*Com informações de Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast