Metade do Brasil tem o nome sujo: pesquisa do Serasa mostra que inadimplentes têm R$ 500 bilhões em dívidas
Em dois anos, o país ganhou mais de 7 milhões de novos endividados, e quase metade da população enfrenta dificuldades para pagar as contas, revela o Mapa da Inadimplência da Serasa
Percentual de inadimplentes cresce em todo o país e chega a 48,31% da população, segundo levantamento da Serasa referente a agosto de 2025. (Foto: Adobe Stock)
A inadimplênciapiorou no cenário brasileiro. Entre agosto de 2023 e agosto de 2025, o País acumulou mais de 7 milhões de endividados, saltando dos 71,74 milhões para 78,8 milhões de pessoas. No total, 48,31% da população não consegue pagar as contas, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira (30) pelo Serasa nomeada de “Mapa da Inadimplência” mostra o comportamento financeiro dos brasileiros.
Segundo o levantamento, foram 313 milhões de dívidas registradas, com valor acumulado total de R$ 494 bilhões, valor médio por pessoa de R$ 6.267,69 e valor médio de cada dívida de R$ 1.578,23. Veja como limpar o seu nome.
O Amapá (AP) lidera o rankingcom 64,62% dos cidadãos inadimplentes, seguido do Distrito Federal (DF), com 61,20%, e do Rio de Janeiro, com 57,19%.
20,8% está endividado com utilites(contas básicas, como água luz e gás);
19,5% está endividado por questões financeiras pessoais;
e 11,9% está endividado devido a serviços que precisam ser quitados.
No recorte de gênero, as mulheres registram um nível de dívidas maior, de 50,4% contra os 49,6% dos homens. Além disso, a idade também carrega estatísticas: em primeiro lugar estão as pessoas de 41 a 65 anos, com 35,3% de dívidas; depois, os de 26 a 40 anos, com 33,9%; em seguida, aqueles com mais de 65 anos; e, por fim, os jovens de 18 a 25 anos, com 11,4% de endividados.
Renegociação de dívidas: quem buscou limpar o nome?
Quando se observa o comportamento de quem conseguiu negociar as dívidas, o retrato é um pouco diferente. A maior parte dos consumidores que buscaram acordos tem entre 30 e 40 anos (30,9%), seguida por 21,6% na faixa de 40 a 50 anos. Apenas 2% têm mais de 65 anos, o que evidencia uma menor participação do público idoso em processos de renegociação.
Entre os que renegociaram, 55,4% são mulheres – seguindo a lógica de serem as que mais se endividam – reforçando uma presença feminina mais ativa na tentativa de regularizar a situação financeira.
No Serasa Limpa Nome, as ofertas de renegociação se concentram em valores intermediários: 52,6% das propostas envolvem dívidas entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, enquanto 20,5% estão acima de R$ 5 mil. Já as dívidas de menor valor (até R$ 100) correspondem a uma fatia bem menor, de cerca de 20% das ofertas. Ou seja, o endividamento médio do brasileiro segue em patamar relativamente alto.
A análise por estados mostra também quais aqueles que mais contém moradores que solicitam renegociação: São Paulo concentra mais de 1 milhão de inadimplentes (1,09 milhão), seguido de Rio de Janeiro (339 mil) e Minas Gerais (298 mil). No Nordeste, a Bahia e o Ceará despontam com mais de 212 mil e 147 mil pessoas endividadas, respectivamente, enquanto no Norte e Centro-Oeste, Pará e Goiás lideram os números regionais.
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No conjunto, o mapa de agosto traça um retrato claro: a inadimplência ainda é uma realidade para quase metade do país, mas há sinais de mobilização para mudar essa trajetória. Entre renegociações, ofertas de quitação e esforços de educação financeira, o consumidor brasileiro tenta equilibrar suas contas em meio a um cenário econômico que ainda exige cautela.