A isenção do imposto de renda (IR) para indivíduos que recebem até R$ 5.000 por mês, proposta pelo governo federal junto ao pacote de medidas fiscais, seria positiva para bancos que atuam com clientes de baixa renda em um primeiro momento, afirma o Itaú BBA.
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O cálculo do banco é que essa isenção liberaria cerca de R$ 45 bilhões na economia, ao aumentar o salário líquido dessa faixa da população entre 15% e 23% ao mês. Esse grupo representa cerca de 16% dos tomadores de crédito do País, na estimativa da equipe liderada por Pedro Leduc.
“A medida deveria ter um impacto positivo nas dinâmicas de crédito deste segmento”, dizem. “Essa demografia tem uma alta tendência a gastar relativamente a poupar, então provavelmente veremos mais gastos com cartões que depósitos e/ou volumes de crédito.”
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Entre os bancos que o BBA acompanha, Nubank (ROXO34), Banco Pan (BPAN4) e Bradesco (BBDC4) seriam os mais beneficiados, nesta ordem, graças à maior exposição aos segmentos que ficariam isentos de IR.
Outro benefício seria no crédito consignado, em que a margem que determina quanto crédito o cliente pode tomar é calculada sobre o salário líquido que ele recebe. Pelo lado inverso, a taxação de indivíduos de maior renda seria prejudicial para plataformas de investimento e para bancos mais expostos a esta faixa da população.
Leduc afirma, por outro lado, que a maior disponibilidade de renda pode gerar pressões inflacionárias a médio prazo. Este fator tende a ser negativo para os bancos, por reduzir a capacidade de pagamento das famílias.