Energisa (ENGI11) entra no mercado de biogás com aquisição de R$ 60 milhões. Foto: Divulgação Energisa
O Itaú BBA elevou preço-alvo de Energisa (ENGI11)de R$ 65,00 para R$ 70,00 ao final de 2023, com recomendação ‘OutPerform’ (equivalente à Compra), após incorporar resultados trimestrais mais recentes, a aquisição da transmissora Gemini e a criação de valor do negócio de geração distribuída. “Energisa é uma de nossas ‘top picks’ do segmento, considerando valuation atrativo, boa gestão, concessões eficientes e alto crescimento orgânico”, diz o banco, em relatório.
A ação está sendo negociada a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) implícita de 12,6%, significativamente acima dos rendimentos dos títulos do Tesouro, e a 1,4 vez o valor da empresa/base de ativos regulatórios (EV/RAB) estimado para 2023. Com o novo preço-alvo, a Energisa seria negociada a um múltiplo de 1,9 vez o EV/RAB estimado para 2023, o que representa um potencial de alta de 68,7% ante o fechamento de ontem.
O banco estima que a empresa entregará sólidos retornos de investimentos em geração distribuída nos próximos anos, com investimento de cerca de R$ 2,0 bilhões nos próximos dois anos para o negócio de geração de distribuição. “Estimamos um Ebitda de R$ 450 milhões em 2025 (de R$ 50 milhões em 2022), uma vez que os projetos solares estão totalmente operacionais”, afirmam Marcelo de Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Karoline Correia. Já a alavancagem deve ficar acima de 3 vezes até 2026, considerando expectativas de alto capex e menor Ebitda devido a reajustes tarifários.
Para o Itaú BBA, a Energisa tem feito um excelente trabalho ao contornar concessões ineficientes. “Nosso cenário base assume que as distribuidoras da empresa continuarão a superar o nível regulatório, embora com uma diferença menor no longo prazo.”
Como principais riscos para a tese de investimento, o Itaú BBA cita: processo de renovação de concessões, com algumas concessões-chave expirando antes de 2030, incluindo Energisa Mato Grosso e Energisa Mato Grosso do Sul (cenário base assume que as concessões serão renovadas sem bônus de concessão); juros altos por mais tempo, com deterioração da perspectiva macroeconômica (cada aumento de 100 pontos-base reduziria o preço-alvo em 11%); possíveis atrasos e maior capex para projetos de geração distribuída; e participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) demorando mais do que o esperado para ser vendida.
“Esperávamos que o BNDES vendesse sua participação de 11% na empresa em novembro, mas dado o resultado da eleição presidencial e o aproximando-se do final do ano, não esperamos que a venda ocorra em 2022”, afirmam os analistas.