O Itaú BBA avalia que a estratégia da Petrobras (PETR4) em estabelecer uma reserva de remuneração de capital permite à empresa reter uma parte de seus lucros, o que poderia afetar o pagamento de dividendos extraordinários. “Investidores, que esperavam dividendos substanciais, podem ficar desapontados, influenciando as reações do mercado de ações”, prevê o banco, em relatório publicado na segunda-feira, 23.
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No entanto, o Itaú BBA pondera que a criação dessa reserva não determina definitivamente o destino dos dividendos extraordinários – a decisão final depende dos planos de investimento da Petrobras e do papel dos dividendos em apoiar os objetivos fiscais do governo. Uma compreensão mais clara das ambições de investimento da empresa é esperada com a divulgação do Plano Estratégico 2024-28 em novembro.
A medida é vista pelos analistas Monique Greco, Bruna Amorim e Eric de Mello como uma estratégia para oferecer flexibilidade à Petrobras na alocação de capital. Ao proporcionar espaço para estratégias de capital a curto prazo sem as restrições das reservas de lucros existentes, a empresa ganha tempo para amadurecer seus planos de alocação, especialmente considerando o cenário em evolução dos investimentos em energia renovável.
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Para o Itaú, é crucial observar que o tamanho exato da reserva permanece desconhecido, já que a Petrobras não especificou métricas específicas para a construção da reserva de remuneração de capital. O banco ressalta ainda que o estabelecimento da reserva está condicionado ao pagamento de dividendos ordinários, conforme a Política de Remuneração aos Acionistas.
Além disso, a casa lembra que a Petrobras está alinhando seus estatutos às mudanças na Lei das Empresas Estatais, e apesar das preocupações com limitações nas nomeações de gestores, esse ajuste reflete uma consideração legal em curso no Supremo Tribunal Federal. A empresa está adaptando suas políticas de acordo com o cenário legal em evolução, garantindo conformidade e estabilidade, avalia o BBA.
O Itaú tem recomendação market perform (equivalente a neutro) para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 38,00 para 2024 (ação PN), que representa potencial de valorização de 7,4% sobre o fechamento de ontem.