O maior banco dos Estados Unidos, o JP Morgan, teve lucro líquido de US$ 12,6 bilhões no primeiro trimestre de 2023, 52% maior do que o ganho de US$ 8,28 bilhões no mesmo período do ano passado. Às 10h41, os papéis do banco avançavam 6,27%, cotados a US$ 67,26 em Nova York.
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O lucro por ação do banco, entre janeiro e março, ficou em US$ 4,10, bem acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 3,41. Já a receita do JP Morgan somou US$ 38,35 bilhões no primeiro trimestre, com alta de 25% na comparação anual, qye também ficou acima da projeção da FactSet, de US$ 36,13 bilhões.
Comentando sobre o resultado, o CEO Jamie Dimon disse: “A economia dos Estados Unidos continua em uma situação saudável”, disse. “No entanto, as nuvens de tempestade que monitoramos no ano passado permanecem no horizonte, e a turbulência do setor bancário aumenta esses riscos”, completou.
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As altas taxas de juros nos EUA impulsionaram os negócios do JPMorgan, que se manteve estável durante a crise bancária de março, causada pela quebra do Silicon Valley Bank (SVB). A quebra do SVB, de certa forma, pode ter auxiliado no número de clientes do banco, como explica Roland Coltman, analista de Global Equities da WHG.
“De certa forma, o JPM se beneficiou de uma fuga dos bancos regionais, o que pode ser visto pelos níveis de depósitos maiores do que o esperado, mas, no geral, esses resultados são um alívio para o sistema bancário”, disse.
A receita da unidade de banco comunitário e de empréstimo ao consumidor também foi destaque, que saltou 80%, para US$ 5,2 bilhões, neste trimestre em comparação com o ano passado.
No entanto, Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, alerta para que os investidores não se iludam com esses balanços, porque os resultados podem refletir momentos antes da crise bancária.
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“Eu acho que isso ainda são frutos de momentos anteriores, precisamos ver o próximo resultado, porque ele vai refletir a situação bancária do mundo atual”, alertou Cohen.
William Castro Alves, estrategista-Chefe da Avenue Securities, pontuou que o setor de varejo do banco foi o que mais auxiliou na perspectiva positiva do balanço.
“A divisão que mais contribuiu para os resultados foi justamente o segmento de varejo. Além disso, sua mesa de renda fixa também contribuiu positivamente com resultados bem acima das previsões dos analistas. Já a parte de Investment banking seguiu vendo resultados mais fracos com menos emissões de dívida e IPOs no trimestre”, explicou.