

O JPMorgan testou o novo empréstimo consignado CLT, disponibilizado na última sexta-feira (21), e apresentou os resultados da pesquisa em relatório. A análise foi feita com seis perfis, todos solicitando R$ 1 mil a serem pagos em 12 meses. Dois dos participantes possuem empréstimos pessoais ativos no Nubank, o que permitiu simular possíveis diferenças na elegibilidade.
No teste realizado, o Agibank foi o player que ofereceu o maior número de ofertas e as taxas de juros mais atrativas, seguido pelo Parati CFI. Entre os grandes bancos, apenas a Caixa Econômica Federal enviou duas propostas. Nenhum dos bancos privados listados na Bolsa de Valores ou fintechs como Nubank e Inter apresentou ofertas, o que foi uma “surpresa negativa” para o JPMorgan, especialmente porque dois perfis da pesquisa tinham empréstimos pessoais ativos no Nubank.
No entanto, como todos os participantes solicitaram o mesmo valor de R$ 1 mil de empréstimo em 12 parcelas, ainda não se sabe se isso influenciou os resultados — ou seja, se os grandes bancos estão priorizando valores mais altos e prazos mais longos.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
As taxas de juros oferecidas variaram entre 2,99% e 4,99% ao mês, aproximadamente 40% a 80% ao ano. Especificamente, a Caixa ofereceu dois empréstimos com taxas de 3,15% e 3,17% ao mês. Na avaliação do JPMorgan, as taxas têm um preço inicial relativamente racional em comparação com os empréstimos pessoais atuais (de aproximadamente 100% ao ano) e com o crédito consignado privado (de aproximadamente 40% ao ano).
Os usuários que realizaram o teste conseguiram solicitar valores acima dos saldos de empréstimos já existentes. “Dois testadores tinham pequenos empréstimos pessoais, e esses empréstimos anteriores não pareceram limitar o novo crédito disponível”, destacou o banco em relatório.
O limite consignável de 35% foi calculado sobre o salário bruto, o que surpreendeu o JPMorgan, que entendia que o teto seria baseado no salário líquido (pós-impostos). Durante a pesquisa, o banco também constatou que os credores têm flexibilidade para ajustar o número de parcelas solicitadas pelos usuários, aumentando ou reduzindo a duração do empréstimo. “Pedimos 12 parcelas, mas algumas propostas recebidas foram para 15”, pontuou.
Sobre o uso do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS) para pedir o empréstimo, o JPMorgan considerou que a plataforma “não era das mais intuitivas”. A menos que o trabalhador realmente queira solicitar um empréstimo ou já utilize o app para serviços do governo, o banco acredita que a burocracia pode levar muitos usuários a desistirem no meio do processo. “Para alguns menos habituados à tecnologia, o login levou cerca de 10 minutos. Para outros, apenas alguns segundos. Por isso, acreditamos que o consignado privado terá um início lento e só deve ganhar tração após 25 de abril, quando os aplicativos dos bancos também passarão a oferecer a opção.”
Publicidade
Em relação ao tempo de retorno das propostas, a primeira resposta demorou mais de 12 horas para chegar. “Isso não é um tempo excessivo, considerando a complexidade do processo, mas também está longe de ser imediato”, pondera o JPMorgan.
Assim que os participantes receberam uma oferta, foram notificados pelo celular e as opções também ficaram disponíveis dentro do aplicativo da CTPS. Alguns usuários receberam apenas uma proposta do novo empréstimo consignado CLT, enquanto outros tiveram duas ou três opções.