Pressionados pela escalada das taxas dos Treasuries, os juros futuros subiram durante toda a sessão, sobretudo na ponta longa, refletindo a aversão ao risco importada de Wall Street nesta véspera de decisão de política monetária nos EUA. Mesmo com as apostas para o Copom amanhã bem ajustadas para um novo corte da Selic em 0,50 ponto porcentual, as taxas curtas foram contaminadas e, pressionadas ainda pelo desempenho das commodities, petróleo em especial, avançaram.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,495%, de 10,426% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 subiu de 10,09% para 10,18%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,44%, de 10,34%. A do DI para janeiro de 2029 encerrou em 10,98%, de 10,88%, e a do DI para janeiro de 2031 avançou 11,19% para 11,30%.
“É a tensão pré-Fed predominando, embora quase ninguém acredite em alta de juros nesta reunião”, explicou a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese. De acordo com a economista, em tese, a expectativa de que o Fed não subirá o juro deveria produzir uma reação positiva nos mercados, mas os ativos refletiram a dúvida se a manutenção esperada do juro amanhã representa um fim de ciclo ou apenas uma pausa. “Essa ansiedade é que trouxe volatilidade aos Treasuries”, disse.
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Após a reunião, haverá entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, que, segundo Veronese, mantida a tendência das reuniões recentes, tende a amenizar um possível tom hawkish vindo do comunicado e do gráfico de pontos.
No fim da tarde, o yield da T-Note de dez anos voltava a flertar com a marca de 4,37% e a rondar os maiores níveis desde 2007 atingidos pela manhã. O da T-note de 2 anos saltava a 5,11%. Essa amplitude afetou em cheio a ponta longa dos DIs, com a taxa para janeiro de 2029 voltando a rodar nos 11% nas máximas da sessão, nível não visto desde o último dia 6.
Houve contágio nos demais trechos, sob a percepção de que a pressão na curva americana acentua o risco fiscal nos EUA, que vem sendo motivo de alerta em discursos recentes de membros do Copom, o que, por sua vez, pode pesar no balanço de riscos do comitê. Na curva, o mercado recolheu parte das apostas na aceleração do ritmo de cortes da Selic para 0,75 ponto porcentual na reunião de novembro, e no fim da tarde a probabilidade era de apenas 10%, ante cerca de 25% nos últimos dias. Para o Copom de amanhã, está mantido o consenso em torno de um nova queda de 0,50 ponto. Os DIs projetam Selic entre 11,50% e 11,75% no fim de 2023 e de 9,50% no fim de 2024. Os números são do banco Bmg.
Quanto ao comunicado do Copom, além do tratamento que será dado ao exterior, não só em função do desempenho dos Treasuries mas também pela escalada do petróleo e outras commodities, outros pontos de atenção serão eventuais ajustes nas projeções do BC para o IPCA 2024 e 2025, atualmente em 3,4% e 3,0%. Ainda, é esperada avaliação sobre o hiato do produto, que pareceu mais fechado após os dados do PIB do primeiro semestre.
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A alta do IBC-Br de julho, de 0,44%, superou a mediana das estimativas (0,35%) coletadas pelo Projeções Broadcast, mas não alterou a percepção para o PIB do terceiro trimestre, também sem impacto relevante sobre a curva. “Veio mais forte que o previsto, mas com tendência de desaceleração”, observou Veronese.