Mesmo com a leitura positiva do IPCA de setembro, os juros futuros subiram nesta quarta-feira, refletindo cautela antes do feriado no Brasil amanhã, quando os Estados Unidos terão divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês). Além disso, houve um ajuste nas apostas para a Selic nas próximas reuniões do Copom, em meio a rumores de que o Banco Central teria sinalizado a investidores ser maior a chance de uma desaceleração do ritmo de cortes da Selic do que uma ampliação.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,870%, de 10,745% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2026 subiu de 10,54% para 10,63%. A do DI para janeiro de 2027 avançou de 10,77% para 10,82%, e a do DI para janeiro de 2029, de 11,26% para 11,29%.
O mercado ia relativamente bem pela manhã, com taxas perto da estabilidade, ainda que o IPCA de setembro, de 0,26%, bem abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções (0,32%) e com leitura benigna dos preços de abertura, desse espaço a um ajuste de queda. No começo da tarde, porém, se firmaram em alta ao longo de toda a estrutura a termo, refletindo redução de posições aplicadas nesta véspera de feriado. “Amanhã tem CPI nos EUA e, depois do PPI de hoje, aumentam as chances de o CPI vir acima do consenso”, afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. O índice de preços ao produtor (PPI, em inglês) subiu 0,5% em setembro, ante mediana das estimativas de 0,3%.
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Chamou a atenção a magnitude de alta da ponta curta, que abriu bem mais do que o trecho longo, mesmo com o IPCA abaixo do consenso e perto do piso das projeções (0,24%). Nas mesas de operação, profissionais atribuem o desempenho a rumores de que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, teria dito a investidores, em encontros fechados, que a probabilidade de desacelerar o ritmo de queda da Selic para 25 pontos-base é maior do que a de acelerar para 75 pontos. Campos Neto está no Marrocos, onde estão sendo realizadas as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Os membros do Copom têm afirmado publicamente que a barra é alta para mudança no atual ritmo de corte de 50 pontos-base da taxa básica, seja para um lado seja para outro, e, na avaliação dos economistas o IPCA divulgado hoje chancela o plano de voo.
Na curva do DI, a precificação de Selic para o Copom de novembro nesta tarde era de -49 pontos-base, ou praticamente 100% de chance de queda de 50 pontos. Mas para o Copom de dezembro a precificação de -42 pontos indicava 32% de chance de queda de 25 pontos (15% ontem) e 68% de probabilidade de queda de 50 pontos. Para o fim de 2023, a curva projeta Selic entre 11,75% e 12,00% e para o fim de 2024, entre 10,25% e 10,50%. Os números são do Banco Mizuho.
Dados os ajustes pré-feriado e os rumores sobre a Selic, a curva local não acompanhou o fechamento das taxas dos Treasuries de longo prazo, que há dias têm servido de norte para os DIs. O retorno da T-Note de dez anos, que na semana passada chegou a romper 4,80%, chegava ao fim desta tarde em 4,56% e o yield do papel de 2 anos voltava a ficar abaixo de 5%. A ata do Federal Reserve trouxe alívio aos mercados, ao reforçar a ideia de manutenção dos juros na reunião de novembro.
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