Os juros futuros percorreram a sessão majoritariamente em baixa nesta segunda-feira (8), mas perderam ritmo na reta final dos negócios e terminaram sem sinal único. Ao longo do dia, houve uma correção da alta recente, apoiada no alívio, ainda que modestos, do dólar e do petróleo. O movimento de ajuste acabou sendo limitado pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano), e, até por isso, não é visto como tendência, e sim como uma pausa. A agenda econômica da semana tanto aqui quanto no exterior é carregada, e permanecem os ruídos fiscais e em torno do comando da Petrobras (PETR4).
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No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 9,970%, de 10,00% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 passou de 10,06% para 10,07%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,40%, de 10,38% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2029, taxa de 10,94%, estável.
Nas mesas de renda fixa, profissionais afirmam que a dinâmica da curva hoje esteve atrelada em boa medida ao mercado de moedas, com o real e peso mexicano disputando o protagonismo entre as divisas de países emergentes. O dólar nas mínimas chegou a rodar na casa de R$ 5,02 no piso do dia, para fechar em R$ 5,0312. Além do câmbio, outra variável-chave para a inflação que contribuiu para o fechamento da curva nesta segunda-feira foi o petróleo, que encerrou em leve baixa, mas ainda com o Brent acima dos US$ 90.
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A curva fechou a semana passada com ganho de inclinação, com a ponta longa mostrando avanço mais acentuado, o que deixou espaço para algum resgate de prêmios, diante de um ambiente global mais cauteloso. O payroll americano acima do esperado acabou levando a um reforço nas apostas de adiamento do início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de junho para julho.
Os juros dos Treasuries não deram trégua e tiveram mais um dia de alta, com o da T-Note de dez anos chegando ao fim da tarde na faixa de 4,41%. Nesse contexto internacional negativo, a queda das taxas locais é vista como uma parada para respiro após o estresse dos últimos dias. O economista-chefe e sócio da JF Trust, Eduardo Velho, destaca que a devolução de prêmios foi menor que o ciclo de alta acumulado. “Como gestor, eu ficaria novamente posicionado na compra de juros, pois quarta-feira teremos CPI e o IPCA”, lembra.
Além do cenário externo conturbado, o mercado mantém um pé atrás com as contas públicas. O Broadcast apurou que o governo deve definir “provavelmente hoje” a meta fiscal de 2025 e o porcentual deve ficar entre repetir a meta de 2024, de déficit primário zero, e um superávit um pouco menor, de 0,25% do PIB. As áreas econômicas da Esplanada dos Ministérios chegaram à conclusão de que seria impossível entregar 0,50%, como inicialmente previsto. Como as contas claramente não fecham, disse uma das fontes, insistir no patamar poderia até depor contra a credibilidade do governo.
Nesta tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está fazendo as contas necessárias para “fixar meta fiscal factível”. “O que adianta ter primário positivo num ano e ele ser insustentável?”, questionou. O ministro disse ainda que o tema dos dividendos está bem encaminhado, citando a robustez do caixa da Petrobras. O pagamento de dividendos neste momento é visto como de grande ajuda na busca do governo por receitas que garantam o cumprimento das metas fiscais. “É possível que a questão dos dividendos da Petrobras tenha ajudado um pouco os DIs, além ainda da possibilidade, que vejo remota, da permanência de Prates”, afirma Velho, referindo-se a Jean Paul Prates, presidente da companhia.
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