Após buscar uma recuperação pela manhã, os juros futuros mostraram volatilidade durante à tarde, com as taxas chegando a desacelerar a queda e testar alta leve no caso dos vencimentos mais longos. No fechamento dos negócios, estavam em direções distintas, perto dos ajustes anteriores. O ambiente externo, dados os riscos para a economia americana de um aperto monetário mais prolongado, esteve no foco nesta quinta-feira encravada entre as divulgações da ata do Federal Reserve (ontem) e do índice de preços de gastos do consumidor (PCE, em inglês) de janeiro (amanhã), o que resultou em oscilações mais contidas na curva local. Internamente, os dados da arrecadação de janeiro e o noticiário sobre a doença da vaca louca foram monitorados, mas sem influência sobre os preços.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou em 13,39%, de 13,37% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 12,64% ontem para 12,61%. O DI para janeiro de 2027 fechou em 12,87%, de 12,88%, e o DI para janeiro de 2029, em 13,24%, de 13,22%.
A economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, viu o exterior hoje preponderando para o comportamento das taxas. Ela explica que pela manhã o resultado do PIB americano do 4º trimestre, de +2,7% na segunda estimativa, levemente abaixo do consenso de 2,9%, trouxe algum alívio na tensão sobre o quanto o Fed pode avançar no ciclo de contração monetária, após o estresse trazido ontem pela ata. Assim, houve espaço para um recuo moderado nas taxas, mas à tarde o compasso de espera pelo índice PCE – medida preferida de inflação do Fed – trouxe volatilidade. “Os dados de janeiro nos EUA estão com uma narrativa muito diferente de dezembro, parando de contar a história de possível queda de juros este ano”, disse.
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Aqui, as taxas não conseguiram engatar queda consistente, mesmo num dia de melhora do câmbio e baixa nos retornos dos títulos do Tesouro americano. Cabe destacar que a inversão da curva dos Treasuries, indicativo de recessão e que ontem foi pontual, hoje foi mais persistente, com a taxa dos papéis de 10 anos superando o rendimento dos títulos de 30 anos em boa parte da sessão. No fim tarde, estavam ambas no nível de 3,87%.
Internamente, o dia não trouxe fatores de impacto para a curva. A arrecadação de R$ 251,745 bilhões em janeiro ficou pouco acima da mediana das estimativas (R$ 250,367 bilhões), mas na área fiscal o maior interesse do mercado agora é a regra que vai substituir o teto de gastos.
Além do PCE amanhã, o mercado estará de olho no IPCA-15 de fevereiro, cuja mediana das estimativas é de 0,72%, de 0,55% em janeiro. Ainda que a desancoragem das expectativas esteja mais atreladas ao risco de mudança das metas e a ruídos políticos, um número muito fora da mediana pode mexer com os preços, ou mesmo a leitura dos preços de abertura.
Aposta crescente no mercado, a retomada da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis seria boa para a área fiscal, mas ruim para a inflação nos próximos meses. Um possível atenuante do efeito no IPCA é um esperado aumento na oferta de carne em decorrência da suspensão das exportações para a China, por sua vez, determinada pela ocorrência de um caso de vaca louca no Pará.
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A estrategista de inflação da Warren Rena Andréa Angelo afirma que o viés é de queda para o índice, porém não é comparável a 2021, data do último embargo que durou aproximadamente 100 dias. “Por ora, acreditamos que o efeito no preço pode chegar a -2%, ou -5 pontos-base de impacto no IPCA de março, se encerrar em 30 dias”, disse.
Na gestão da dívida pública, o Tesouro vendeu todo o lote de 9,5 milhões de LTN, mas na operação com NTN-F, prefixados de prazo mais longo, colocou 303 mil, da oferta original de 450 mil.