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Juros curtos ampliam alta após falas de Campos Neto; veja detalhes

As taxas acompanham o movimento do dólar após o presidente do BC citar "desconforto" com inflação

Juros curtos ampliam alta após falas de Campos Neto; veja detalhes
Juros (Foto: Adobe Stock)

O discurso mais hawkish (significa adoção de política austera, com taxas de juros mais altas e, assim, menor demanda e inflação mais controlada) do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, promoveu maior pressão de alta nos juros futuros de curto prazo na última hora de negócios desta quarta-feira (28).

Entre outras afirmações, o dirigente do BC disse que a inflação de 0,19% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) veio melhor, mas não o suficiente para dar “conforto” à autarquia. Disse ainda que as inflações implícitas subiram muito, o que causa grande desconforto ao BC.

Durante conferência anual do Santander (SANB11), ele voltou a negar que a autoridade monetária, seja por falas de seus diretores ou demais comunicados oficiais da autarquia, tenha estabelecido um novo forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) para a política monetária. Por outro lado, ele voltou a reforçar que a instituição fará o que for preciso para trazer a inflação ao centro da meta no horizonte relevante.

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“Entendo que ele segue tentando mostrar um comprometimento com a meta, afirmando que preços precisam estar ainda mais controlados. O mercado já está se conformando com o ciclo, embora boa parte não concorde”, disse o estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz.

O mercado acompanha agora a apresentação do processo de revisão de gastos pelo Ministério do Planejamento. “Seguiremos no processo de revisão de gastos e transparência”, disse o secretário-executivo, Gustavo Guimarães.

Na última hora, o Broadcast Energia divulgou que os decretos publicados na terça-feira (27) pelo governo para ampliar a oferta de gás natural no País não foram bem recebidos pelo mercado. Procuradas, diversas empresas e associações setoriais evitaram se pronunciar oficialmente.

Há questionamentos sobre a legalidade dos textos e insegurança para os investimentos, na visão de advogados ouvidos pelo Broadcast Energia. “De forma geral, acho que o decreto extrapola em muito a competência que a Lei do Gás (2021) e que a Constituição deu para diversas coisas, ele é até contraditório em algumas questões”, diz a sócia da Área de Energia do Veirano Advogados, Lívia Amorim.

E os comerciantes brasileiros ficaram menos otimistas em agosto, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1,5% em relação a julho, a quarta queda consecutiva, já descontadas as influências sazonais. O índice ficou em 108,7 pontos, permanecendo assim na zona de satisfação, acima dos 100 pontos. Na comparação com agosto de 2023, porém, o Icec recuou 1,8%.

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Às 11h43, os juros do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,905% ante 10,884% do ajuste de terça-feira (27). O DI para janeiro de 2026 projetava 11,63%, contra 11,54%. O Ibovespa estava estável. O dólar à vista opera em alta – veja mais aqui.

* Com informações do Broadcast