Os juros futuros subiram pela sétima sessão consecutiva, novamente contrariando o movimento das taxas americanas. Em mais um dia de noticiário fraco, o mercado de renda fixa continuou corrigindo parte das quedas vistas desde novembro. Incertezas sobre os próximos passos da política monetária americana ainda dão o tom dos negócios.
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A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) mais negociado da sessão, o para janeiro de 2026, subiu de 9,704% no ajuste anterior para 9,775%. Nesta mesma base, também voltaram a subir os juros dos contratos para janeiro de 2025 (10,074% para 10,125%), janeiro de 2027 (9,842% para 9,890%) e janeiro de 2029 (10,252% para 10,280%).
O aumento das taxas acompanhou o dólar, que ganhou 0,74% em relação ao real no segmento à vista e fechou o dia cotado a R$ 4,9061. Mas foi na direção oposta à dos Treasuries, cujos rendimentos caíram na maior parte da curva. No fim do dia, a T-Note de dez anos tinha taxa de 4,016%, de 4,017% ontem.
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Aqui e lá fora, o mercado continua à espera dos números de inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) de dezembro para calibrar as apostas na política monetária americana. O índice será divulgado na quinta-feira, 11, mesmo dia de publicação do IPCA de dezembro pelo IBGE.
Segundo o gestor de multimercados e renda fixa da Mag Investimentos, Ricardo Jorge, os juros refletiram uma correção do “otimismo exagerado” que dominou os mercados no fim de 2023. “O mercado antecipou demais essa possibilidade de queda dos juros americanos no fim do ano passado e, agora, começa a se ajustar à realidade”, afirma.
Do primeiro pregão de novembro ao último de dezembro, os juros futuros caíram entre 94 e 132 pontos-base entre os trechos curto e longo da curva, considerando os ajustes. E, do ajuste do último pregão de dezembro até o fechamento de hoje, subiram entre 11 e 21 pontos, apesar de sete sessões seguidas de alta.
Jorge acrescenta que a falta de indicadores e notícias neste início de ano favorece o ajuste, enquanto o mercado continua na expectativa pelos dados de inflação. “O que acontece é que precisamos de mais dados, principalmente nos Estados Unidos, para ter maior convicção sobre a possibilidade e o timing da queda de juros lá fora”, afirma.
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Aqui, as atenções do mercado continuam voltadas para o imbróglio que envolve a medida provisória que prevê, entre outros pontos, a reoneração da folha de pagamentos. Hoje, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que quer tomar uma decisão sobre o tema durante o recesso parlamentar, mas só depois de ouvir o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chefe da equipe econômica retomou as férias nesta tarde e voltará a despachar na segunda-feira, 15.