Taxas de juros podem abrir com oscilação limitada com exterior e IOF fica no radar
As taxas fecharam ontem em baixa com o cenário externo, diante da discussão de uma antecipação de corte de juros nos EUA e com o cessar-fogo no Oriente Médio
Os juros futuros podem oscilar entre margens mais estreitas na abertura desta quarta-feira (25), em sintonia com os rendimentos dos títulos de renda fixa americanos (Treasuries), em véspera do IPCA-15 de junho e com investidores atentos à pauta do Congresso. O dólar, por sua vez, tem sinais distintos ante outras moedas de países emergentes e exportadores de commodities. O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, comparece à audiência no Senado às 11h, mesmo horário do anúncio das vendas de moradias novas no país.
As taxas fecharam ontem em baixa com o cenário externo, diante da discussão de uma antecipação de corte de juros nos EUA e com o cessar-fogo no Oriente Médio.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou para hoje a votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revoga o decreto do governo Lula com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A agenda de votação foi anunciada por Motta em seu perfil na rede social X às 23h35 de ontem.
Antes disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o debate a respeito de um eventual aumento das despesas públicas “está congelado” até o País encontrar o caminho da sustentabilidade dos gastos. Ele disse ainda que “várias instituições financeiras” começaram a driblar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o governo “fechou a porta”.
Ainda no campo fiscal, o Senado deve votar hoje o projeto que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), com prazo até 30 de junho para adequação ao Censo de 2022. O texto pode beneficiar Estados como Amazonas, Pará e Santa Catarina. O impacto orçamentário estimado é de R$ 64,8 milhões por ano, além da possibilidade de criação de 30 vagas em Assembleias estaduais, com custo adicional de R$ 76 milhões anuais.
O projeto é uma sinalização negativa sobre o compromisso do Congresso com a responsabilidade fiscal em momento de pressão por cortes de gastos e mostra desalinhamento dos parlamentares com as demandas da sociedade. Pesquisa Datafolha aponta que 76% dos brasileiros são contra a proposta. O tema divide opiniões no Senado.
O Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 0,7 ponto porcentual na passagem de maio para junho, a 94 pontos, após ter recuado 0,3 ponto em maio, informou há pouco a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, a média móvel trimestral do índice recuou 0,4 ponto, sexta queda consecutiva.
Estudo da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI), divulgado ontem, alerta para o risco de insustentabilidade do arcabouço fiscal e coloca em xeque sua sobrevivência. De acordo com o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de junho, o País precisa de “uma profunda reforma fiscal que flexibilize a execução do Orçamento da União, estanque o atual ritmo de crescimento da dívida, recupere a capacidade de investimento federal e assegure o equilíbrio fiscal de Estados e municípios”.
O mercado olha também os números do setor externo. O Brasil teve déficit de US$ 2,930 bilhões na conta corrente em maio, após um saldo negativo de US$ 1,347 bilhão em abril, informou o Banco Central. Foi o maior déficit para meses de maio desde 2022, quando ficou negativo em US$ 3,470 bilhões. O rombo foi menor do que a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, negativa em US$ 3,10 bilhões.
A entrada líquida de Investimentos Diretos no País (IDP) somou US$ 3,662 bilhões em maio, informou o Banco Central. O resultado ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de US$ 4,50 bilhões. As estimativas do mercado iam de US$ 3,90 bilhões a US$ 5,90 bilhões.
O Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 0,7 ponto porcentual na passagem de maio para junho, a 94 pontos, após ter recuado 0,3 ponto em maio. Com o resultado, a média móvel trimestral do índice recuou 0,4 ponto, sexta queda consecutiva.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, caiu 0,10% na terceira quadrissemana de junho, revertendo alta de 0,08% observada na segunda quadrissemana deste mês, segundo dados publicados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) nesta quarta-feira.