Os juros futuros fecharam a sessão em alta. Em dia de agenda e noticiário esvaziados no Brasil, a crescente pressão sobre os Treasuries continuou reverberando pelos ativos mundo afora, pressionando as taxas locais, que subiram pela quarta sessão consecutiva. Diante do clima de cautela, o Tesouro reduziu o volume de prefixados ofertado no leilão, mas ainda assim conseguiu vender integralmente os lotes.
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No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 era de 12,440%%, de 12,444% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subia de 10,50% para 10,55%. A do DI para janeiro de 2027 avançava para 10,31%, de 10,23%, e a do DI para janeiro de 2029, de 10,76% para 10,84%.
As taxas chegaram a testar alguma melhora no período da manhã, oscilando ao redor da estabilidade, ao mesmo tempo em que a Bolsa também operava no azul, renovando a esperança de que finalmente teria sua primeira sessão de ganhos em agosto. Na curva, os prêmios acumulados nos últimos dias até davam espaço para uma correção, mas que, assim como ontem, ficou pelo caminho. O mercado de Treasuries foi piorando ao longo do dia, arrastando as bolsas para o negativo e recolocando as taxas futuras em trajetória de alta.
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O yield do T-Bond de 30 anos atingiu 5% nas máximas do dia, no maior nível desde abril de 2011, e o da T-Note de 10 anos, referência de ativo livre de risco, atingiu o nível mais elevado desde 2007, marcando 4,30% no fim da tarde. Na Europa, o juro do Gilt de 10 anos alcançou maior nível em 15 anos.
A economista-chefe do TC, Marianna Costa, afirma que não há um fator preponderante para explicar o desempenho do mercado de juros hoje, mas sim um conjunto. “O contexto externo é o que move, mas o fato de a Bolsa estar caindo há 13 pregões também pesa sobre os preços por aqui”, destaca.
Segundo Costa, os investidores se preparam para um mundo com atividade mais fraca e juros mais altos por um bom período. “A ata do Fed trouxe mensagem mais dura e um colegiado dividido, mas pelos dados que saíram depois da reunião está claro que o Fed está perto de parar de subir os juros, embora a inflação desacelere devagar”, disse. Ao mesmo tempo, a percepção sobre a China é de que os estímulos do governo à economia ficarão abaixo do esperado.
O impacto do ambiente global sobre os ativos domésticos esteve na pauta da reunião dos economistas com diretores do BC nesta quinta-feira, no Rio. Segundo fontes, participantes relataram preocupações sobre possível impacto negativo sobre a ponta longa de juros e sobre o câmbio vindo da política do Federal Reserve, num momento em que o ciclo de queda de juros acabou de começar no Brasil.
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Apesar do quadro de cautela global, o Tesouro conseguiu colocar integralmente os lotes de 9,5 milhões de LTN e de 2 milhões de NTN-F, que foram menores que os 10 milhões e 3 milhões da semana passada. As taxas saíram todas abaixo do consenso, com exceção a do papel mais curto, que ficou em linha, segundo a Necton Investimentos.