Os juros dos Treasuries operavam em alta neste fim de tarde, após o da T-note de 10 anos e o do T-bond de 30 anos renovarem máximas em 16 anos e 13 anos mais cedo. Os retornos dos títulos soberanos dos EUA se valorizam diante da perspectiva de juros mais altos por mais tempo no país, alimentada por dados de indústria mais fortes que o esperado, fala hawkish de dirigente do Federal Reserve (Fed) e resolução do impasse orçamentário que ameaçava paralisar o governo.
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Por volta das 17h(de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 5,096%. O da T-note de 10 anos avançava a 4,678%, após ter atingido 4,702% na máxima intraday, ultrapassando a marca de 4,7% pela primeira vez desde outubro de 2007. Já o do T-bond de 30 anos marcava alta a 4,775%, depois de ter alcançado 4,818%, maior nível desde abril de 2010.
O acordo no Congresso americano que evitou um shutdown das agências federais locais apoiou a alta dos rendimentos dos títulos hoje, segundo o analista-chefe de Mercados da MCM Markets, Michael Hewson. “Ao mesmo tempo que evita uma crise de confiança nos EUA, o acordo leva o foco de volta à resiliência da economia dos EUA e para a perspectiva de novos aumentos das taxas por parte do”, comentou o especialista.
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Hewson destacou ainda as leituras dos índices de gerentes de preços (PMIs) industriais dos EUA mais fortes que o esperado – o que, na sua análise, sugere resiliência da economia americana. As apostas em uma nova alta de juros do Fed na próxima reunião subiram após a publicação dos dados, de acordo com o monitoramento do CME Group, tendendo a dar mais força aos juros dos Treasuries.
Em linha com essa expectativa, a diretora do Fed Michelle Bowman afirmou que considera “apropriado” elevar ainda mais os juros e mantê-los em “nível restritivo por algum tempo”, no que o analista da Oanda Edward Moya chamou de fala hawkish.
Os mercados também acompanharam as falas do vice-presidente para Supervisão do banco central americano, Michael Barr, que afirmou que a questão mais importante neste momento não é se os juros devem subir mais ou não neste ano, mas por quanto tempo terão de seguir em “nível suficientemente restritivo para atingir as metas”. O presidente da instituição, Jerome Powell, também discursou hoje, mas não falou explicitamente sobre perspectivas de juros a curto prazo. Muito antecipada, sua aparição pública acabou sendo um “não evento”, como classificou o analista Moya.