O que este conteúdo fez por você?
- Ações com preços estagnados resultam em dividend yields mais elevados
- O terceiro trimestre fechou com o Ibovespa perdendo o suporte dos 116 mil pontos
- Empresas dos setores de energia, siderurgia e commodities deram retornos acima de 2,20%
O terceiro trimestre fechou com o Ibovespa registrando uma queda de 1,54%, aos 116.565,17 pontos. O cenário externo mais desafiador, que segurou o ímpeto comprador do mercado, ajudou, por outro lado, a melhorar o nível de retorno dos acionistas entre as empresas pagadoras de dividendos – também chamado dividend yield – que estão conseguindo manter resultados sólidos na média.
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Entre as companhias mais negociadas, a BBSeguridade foi a campeã do trimestre devolvendo aos seus acionistas 5,22% de retorno, enquanto a Petrobras se manteve na segunda posição do ranking, com percentuais acima de 3,40% em seus papéis ON e PN, a despeito dos ruídos políticos que envolvem a estatal. O levantamento foi feito pela Economatica a pedido do E-Investidor.
Entre as 10 maiores em percentual repassado, nenhuma surpresa, com as empresas dos setores tradicionais de energia, siderurgia e commodities dando retornos acima de 2,20% no trimestre (ver quadro abaixo). O CDI, principal referência de aplicações de menor risco, rendeu de julho até 27 de setembro 3,06%.
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Juros ainda estão elevados
O dividend yield é a relação entre o volume de dividendo e o preço das ações. Com os preços ainda amassados, apesar do rali de alta do segundo trimestre, o resultado são percentuais mais atrativos de dividendos.
O melhor retorno acontece mesmo com as empresas performando com mais dificuldade por causa dos juros ainda elevados no Brasil, hoje em 12,75% ao ano. O cenário internacional também não ajuda. As maiores pagadoras de dividendos são empresas ligadas a commodities, como Vale, siderúrgicas e Petrobras, que sofrem retração de preços.
"Em termos de volume, houve esfriamento. A Petrobras e a Vale distribuíram menos, as siderúrgicas também, mas todas num nível interessante, porque o preço das ações estão estagnados. Isso faz com que os dividend yields se mantenham em patamares elevados", diz Luiz Fernando Araújo, sócio da Finacap Investimentos.
As vacas leiteiras
Geralmente, a lista das maiores pagadoras de dividendos apresenta empresas dos setores de commodities, energia, saneamento e bancos. Nas ações ligadas às commodities, seus desempenhos são sensíveis às variações nos preços internacionais de seus produtos, como minério, celulose e petróleo. "Mudanças econômicas ou restrições, principalmente nos Estados Unidos e China, acabam influenciando muito os resultados desses setores", lembra Maykon Macedo, analista de investimentos e professor do Instituto Soaper.
As companhias de saneamento e energia, a exemplo da Taesa, Vibra, CPFL Energia e Sanepar, estão em setores mais estáveis que mantêm contratos de longo prazo e possuem receita contínua, "pois a pessoa não vai deixar de consumir água ou energia elétrica, independentemente das condições políticas ou econômicas", diz Macedo.
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Nos bancos, seus modelos de negócios previsíveis e estáveis geram capacidade de lucros tanto em cenários de taxas de juros altas quanto baixas.
Cuidado na análise
É importante destacar que, em certas ocasiões, algumas empresas efetuam pagamentos extraordinários, o que pode elevá-las temporariamente no ranking de dividendos. Esses pagamentos podem ser resultantes de benefícios fiscais, acúmulo de reservas ou venda de ativos da empresa. "Portanto, é importante avaliar o histórico para determinar se o dividend yield é regular ou se foi influenciado por eventos específicos em determinado ano", diz Macedo.
"A escolha de empresas lucrativas com históricos sólidos de pagamento de dividendos é uma maneira de buscar um retorno satisfatório", orienta o especialista.
Maiores pagadoras são pequenas
As maiores pagadoras de dividend yields, no terceiro trimestre foram as small caps que têm pouco nível de acompanhamento pelo mercado e liquidez. A campeã foi a construtora Miltre Realty, com um yield anunciado de 10,83% no período, seguido da Elektro, Coelba e Banese, todos com retornos acima dos 6% nestes três meses de julho a setembro (confira abaixo).