O forte impulso sobre os rendimentos dos Treasuries se manteve na ponta longa nesta quinta-feira, quando o retorno da T-note de 10 anos renovou máximas desde novembro de 2007 e o do T-bond de 30 anos atingiu maior nível desde abril de 2011. O movimento acompanha temores de uma inflação resistente, reforçado pela ata do Federal Reserve (Fed) e dados recentes.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 4,931%, o da T-note de 10 anos aumentava a 4,291% e o do T-bond de 30 anos marcava alta a 4,396%.
“A crescente angústia sobre as implicações da inflação estruturalmente mais alta ajudou a impulsionar os rendimentos de 30 anos para o suporte de 4,421%, em novas máximas do ciclo”, relata o BMO Capital Markets.
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Logo pela manhã, a queda nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA forneceu mais uma sinal positivo sobre o mercado de trabalho americano, que poderia retardar o alívio no custo de vida. Ontem, a ata do Fed já havia mostrado a preocupação de dirigentes sobre os riscos de alta à inflação, que poderiam justificar mais aperto monetário.
Ainda de acordo com o BMO, esse cenário contribuiu para a onda de venda de Treasuries, mas não necessariamente foi acompanhado de uma reprecificação da trajetória dos juros do Fed. O banco avalia que fatores técnicos devem guiar a renda fixa nas próximas semanas, diante da maior emissão de dívida do Tesouro.
O ANZ entende que, se os dados continuarem firmes, o Fed chegará a setembro em um ambiente de economia mais forte que o esperado, o que poderia exigir uma ação contundente, potencialmente nova alta nos juros.
A tendência de escalada dos rendimentos de bônus públicos se estendeu para o outro lado do Atlântico, onde o prêmio do Gilt britânico de 10 anos alcançou máxima em 15 anos. Por lá, o mercado especula que o Banco da Inglaterra (BoE) poderia levar os juros básicos a cerca de 6%, na esteira de indicadores de salários e inflação ainda elevados.
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