Os rendimentos dos Treasuries voltaram de feriado nos Estados Unidos em alta firme hoje, após o diretor do Federal Reserve (Fed) Christopher Waller sinalizar três cortes de juros este ano, bem menos que o precificado pelo mercado atualmente.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,240%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,056% e o do T-bond de 30 anos aumentava a 4,302%.
Waller reconheceu que a inflação parece estar a caminho da meta de 2% nos Estados Unidos, mas ponderou que Fed deve agir de maneira “cautelosa”, sem pressa no processo de alívio monetário. Ele reforçou a mediana das projeções do Comitê de Federal Aberto (FOMC) de redução acumulada de 75 pontos-base este ano – dimensão mais tímida que a esperada por investidores, que veem entre seis e sete baixas até dezembro.
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Assim, após as declarações, a curva futura embutiu menor chance de o Fed começar a cortar juros em março, conforme indicou a plataforma de monitoramento do CME Group. A hipótese de haver sete cortes em 2024 perdeu força e o cenário de seis reduções passou a ser o mais provável, ainda de acordo com a ferramenta.
O Goldman Sachs avalia que os comentários de Waller aumentaram as chances de que o Fed atrase o inicio do ciclo de cortes e promova uma queda por trimestre. Ainda assim, o banco optou por manter a expectativa por uma primeira diminuição em março, seguida por outras quatro até o final do ano.
A Capital Economics também considera que, apesar das falas “hawkish” de Waller, o Fed está em posição para relaxar a política de maneira agressiva. “Tudo isto informa a nossa opinião de que os rendimentos dos juros de 10 anos nos EUA, na zona euro e no Reino Unido terminarão este ano cerca de 20 pontos base abaixo dos seus níveis atuais”, prevê.