O retorno da T-note de 2 anos operava em alta neste fim de tarde, mas a ponta longa segue em tendência de queda, após ata do Federal Reserve (Fed) que pouco alterou as perspectivas. O cenário de manutenção dos juros continua como aposta majoritária do mercado após falas dovish de dirigentes, apesar dado de inflação ao produtor (PPI) mais alto que o esperado.
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Por volta das 17h (de Brasília), o juro da T-note subia a 4,995%, corrigindo parte das perdas de ontem. O da T-note de 10 anos recuava a 4,571% e o do T-bond de 30 anos caía a 4,710%.
A chance manutenção de juros próxima reunião do Fed avançou a mais de 90% hoje, segundo monitoramento do CME, respondendo a sinalizações de dirigentes nos últimos do dia. O vice-presidente da autoridade e chefes de distritais sugeriram nesta semana que o ciclo de alta pode já ter chegado ao fim.
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Até a ata da decisão de setembro, que à época foi considerada hawkish -, favoreceu a projeção de pausa no aperto monetário, na visão de alguns analistas. “A ata vai em linha com o consenso atual de mercado de que o Fed não irá aumentar a taxa de juros na próxima reunião”, afirmou o economista-sênior do Inter André Cordeiro, ressalvando que o cenário se tornou mais incerto desde a decisão passada.
Esse quadro se sobrepôs à aceleração do PPI dos Estados Unidos em ritmo maior maior que o consenso do mercado. Os rendimentos dos títulos chegaram a ganhar fôlego após a publicação, mas o movimento perdeu força ao longo do dia.
“Em termos de política monetária, a divulgação de hoje não caminha no sentido de corroborar uma eventual postura hawkish por parte do Fed”, amenizou o economista da CM Capital Matheus Pizzani. “Isso porque, além da estabilidade apresentada pelo núcleo, grupos de sua composição que possuem forte correlação com o nível de atividade econômica apresentaram desempenho que vão de encontro com um possível novo reajuste da taxa de juros, como no caso da demanda por serviços de transporte e armazenagem, que ampliou a deflação entre os meses de agosto e setembro”, avaliou.