Os retornos dos Treasuries subiram hoje, com reação a indicadores mistos dos Estados Unidos e algum ganho de fôlego na reta final da sessão. Além disso, investidores se posicionavam antes da decisão de amanhã do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), com ampla expectativa por manutenção dos juros, mas também perspectiva de algum potencial ajuste na comunicação sobre seus próximos passos.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 5,058%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 4,898% e o do T-bond de 30 anos recuava a 5,063%.
Em todo o mês de outubro, fica claro o avanço mais robusto nos retornos de vencimento longos, que tem chamado a atenção de dirigentes do Fed e de analistas. No fim da tarde da última sessão de setembro, o juro da T-note de 2 anos estava em 5,037%, o da T-note de 10 anos estava em 4,570% e o do T-bond de 30 anos, em 4,700%.
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Os retornos caíam nas primeiras horas do dia, após ganhos na sessão da segunda-feira. Ainda pela manhã, houve ganho de fôlego, após o índice de custo de emprego nos EUA subir 1,1% no terceiro trimestre ante o segundo, um pouco acima da previsão de avanço de 1,0% dos analistas ouvidos pela FactSet. Por outro lado, houve pressão sobre os retornos após o PMI dos EUA medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago recuar a 44,0 em outubro, ante previsão de 44,8. Ainda na agenda de hoje, o índice de confiança do consumidor no país medido pelo Conference Board caiu de 104,3 em setembro (dado revisado, de 103,0 antes informado) a 102,6 em outubro, ante previsão de 100,3 dos analistas.
O quadro misto se manteve em boa parte da tarde, já com expectativa pelo Fed de amanhã, mas houve ganho de força perto do fechamento das bolsas em Nova York. No monitoramento do CME Group, é quase consensual a expectativa de que haverá manutenção dos juros agora. Há, porém, incerteza sobre os próximos passos, com a guerra no Oriente Médio, a economia ainda forte nos EUA e o próprio avanço recente dos retornos de Treasuries de mais longo prazo.
Na avaliação do BMO Capital, o “pouso suave” almejado pelo Fed parece em andamento, impulsionado pela força ainda “notável” do mercado de trabalho americano. O banco de investimentos diz que a grande questão agora, em relação ao BC americano, é por quanto tempo o Fed manterá os juros, mas acrescenta que “este é um problema para 2024”.