A Legacy Capital continua com posições compradas (que apostam na alta) em ações dos Estados Unidos, em vista de uma “perspectiva relativa favorável” para a economia do país. No Brasil, por outro lado, a gestora reduziu as posições direcionais e de valor relativo por conta da “elevada volatilidade”. As informações constam em sua carta mensal mais recente.
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“Nos Estados Unidos, prevalece um cenário de atividade econômica relativamente firme, com as estimativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do 4T24 próximas a 3%, ritmo semelhante ao observado no 3T24”, diz a equipe de gestão da Legacy. A avaliação é que o mercado de trabalho vem desacelerando lentamente, mas permanece robusto, e contribui para o crescimento da renda e do consumo.
Em relação à inflação no país, a gestora acredita que deve voltar a desacelerar ao longo de 2025, “refletindo o desaquecimento dos mercados de trabalho e de imóveis, desde que o governo opte pela não aplicação de tarifas sobre o total de bens importados pelos Estados Unidos”.
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“Diante da força da economia e da estabilização da inflação em patamar ainda moderadamente distante de sua meta, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) optou por adotar uma postura mais cautelosa. Nos parece provável, no entanto, que os cortes de juros, em 2025, superem os 50 pontos-base indicados pelo FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed) em sua última reunião, e, também, o valor ‘apreçado’ na curva de juros”, descreve a carta de gestão.
Ainda, a Legacy destaca que existe “grande incerteza” a respeito da intensidade, do sucesso e do sequenciamento das principais frentes de ação do novo governo do presidente eleito Donald Trump, como: a extensão dos cortes de impostos às famílias, instituído em 2017 e válido até 2025; as tarifas de importação, e o programa de aumento da eficiência governamental. “Nosso entendimento é de que o governo não deseja provocar inflação, nem imprimir choques demasiadamente intensos à confiança e à atividade econômica”, observa.
Nas demais estratégias, a gestora segue com posições aplicadas (que apostam na baixa) nos juros do México e tomadas (que apostam na alta) no Japão. Permanece também com posições compradas em dólar contra diversas moedas.
Deterioração de cenário no Brasil
Já no Brasil, a Legacy afirma que “os preços de ativos, as expectativas de inflação e o nível de incerteza seguiram se deteriorando, na esteira do anúncio do pacote de corte de gastos, que não é capaz de produzir uma trajetória de convergência para a dívida do governo”. “O Banco Central, mesmo ‘pré-contratando’ mais duas elevações de juros de 100 pontos-base, ao que se seguirão, provavelmente, novos aumentos, não será capaz de, sozinho, reverter a piora das expectativas e da confiança, que poderá se intensificar, à frente”, avalia a carta.
Para 2025, a gestora projeta 6,2% de inflação e desaceleração do ritmo de crescimento econômico para 2,5%.
Resultado em dezembro
Em dezembro, o Legacy Capital B FIC apresentou baixa de 0,11% e terminou o ano com ganho acumulado de 3,99%. Segundo a carta, no último mês, houve perdas na estratégia de Bolsa local e em operações de valor relativo, e ganhos em posições compradas em dólar e em bolsa externa.
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