As ações do Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em alta no Ibovespa nesta quinta-feira (11) em meio à queda dos juros futuros. Nesta quinta-feira (11), as ações da varejista subiram 1,78%, a R$ 13,71. Já o contrato de juros futuros com vencimento para julho de 2026 recuam 0,035 ponto porcentual, negociados a 11,39%.
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A queda no mercado de juros ocorre diante da percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começará a cortar os juros em setembro. “Após o CPI desta quinta-feira (11) aumenta a probabilidade de um primeiro corte já acontecer em setembro”, afirma Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos.
O indicador de preços ao consumidor dos Estados Unidos mostrou deflação de 0,1% em junho, ante previsão de alta de 0,1% no período, e a taxa anual desacelerou a 3%. Os dados elevaram a chance de redução dos juros americanos, que já vinha crescendo nesta semana após depoimentos do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Congresso dos EUA.
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Com a redução de juros nos EUA, o Banco Central do Brasil ganha espaço para reduzir a Selic, se as questões fiscais, claro, também estiverem encaminhadas. A queda da taxa básica no país impacta diretamente as empresas do varejo, como o Magazine Luiza. Com o juro alto, o custo do crédito fica elevado, o que complica a venda dos produtos de linha branca da empresa da família Trajano. Com a queda de juros, a economia reaquece, o que é positivo para as varejistas, fazendo que as ações do Magazine Luiza avancem.
O que também afetou a ação do Magazine Luiza?
Mais cedo, o Magazine Luiza anunciou a chegada de dois executivos para reforçar sua operação de marketplace. Raul Jacob terá o desafio de estruturar os anseios da companhia de furar novas fronteiras – a integração com o AliExpress será sua primeira missão no Magalu. Já Kael Lourenço chega ao time para acelerar o crescimento do número de parceiros e ofertas. Esse movimento também ajudou no otimismo com os papéis do Magazine Luzia.
Ambos os executivos têm experiência em operações de marketplace de grandes empresas que operam no mercado nacional. Com o movimento, a empresa de comércio reforça sua equipe de marketplace, para uma aceleração no crescimento de sellers e produtos nos próximos trimestres.
Com passagens por Shein e Shopee, Jacob é formado em Engenharia pela Universidade Mackenzie, fez especialização na britânica University of East London e estudou Marketing na Harvard Business School. Já Lourenço tem mais de 15 anos de experiência em empresas como Mercado Livre. O novo executivo é formado em Relações Internacionais pela Unesp e tem especialização na Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).
A companhia anunciou um acordo com o AliExpress para vender produtos da China na plataforma do marketplace da varejista brasileira no dia 24 de junho de 2024. O acordo também prevê a venda de produtos do Magalu aqui no Brasil no site do AliExpress. Segundo o CEO da companhia, Frederico Trajano, o AliExpress passará a vender no site do Magalu produtos classificados como “linha choice”, como itens de beleza, computer office (escritório) e home improvement (melhorias da casa).
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Do outro lado, o Magazine Luiza também prevê vender seus produtos no Brasil por meio do site do AliExpress. Esses produtos se encontram na categoria 1P, conhecida como comércio eletrônico de primeira parte. Nesse caso, o Magalu compra produtos, estoca, determina preços, vende em sua loja virtual e cuida de toda a logística de entrega. A venda para o consumidor, no entanto, será feita no site da AliExpress.
Questionado pelo E-Investidor sobre as sinergias com a parceria, Frederico Trajano disse que o acordo possui um alto valor para as duas empresas, principalmente quando se nota a audiência do site da chinesa e da brasileira. “Hoje, as duas plataformas têm mais de 700 milhões de visitas. Com essa parceria, nós capturamos e colocamos sortimentos que não tínhamos. Então, as chances de conversão nos dois canais são muito altas”, afirmou o CEO do Magazine Luiza (MGLU3) no dia 24 de junho.