As ações da Marisa (AMAR3) seguem em intensa queda. Por volta de 13h desta sexta-feira (10), o papel sofria uma desvalorização de 2,44%, sendo negociado a R$ 0,81. A situação ruim da varejista, que segundo apurou o Broadcast deve R$ 600 milhões a bancos, permanece mesmo com a divulgação de um comunicado da companhia justificando a volatilidade do papel nesta quinta-feira (9).
Leia também
No documento, a empresa argumentou que a oscilação atípica do preço acontece por especulações do mercado “sobre o atual momento vivido pela empresa”. De acordo com a varejista, o receio dos investidores acontece, principalmente, após o anúncio da renúncia de Adalberto Pereira Santos, diretor-presidente da companhia, e de Marcelo Adriano Casarin, membro do Conselho de Administração.
A contratação da BR Partners para assessorar a companhia no processo de renegociação de seu endividamento financeiro e a contratação da Galeazzi Associados para acompanhá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos da empresa também foram apontadas como causas. A explicação foi motivada por um questionamento da B3 sobre a intensa desvalorização sofrida pela varejista entre os dias 27 de janeiro e 9 de fevereiro deste ano.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Ontem, por exemplo, a ação sofreu uma queda de 22,6% e passou a ser cotada pela primeira vez abaixo de R$ 1. A sequência de perdas acontece desde o dia 3 de fevereiro. “A Companhia manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados sobre eventos que possam influenciar a cotação dos seus valores mobiliários ou a decisão dos investidores de comprar, vender, manter ou exercer quaisquer direitos inerentes à condição de titular de valores mobiliários emitidos pela Companhia”, acrescentou a varejista em comunicado.
Por outro lado, Rodrigo Fraga, analista da Guide Investimentos, atribui as perdas no preço do papel aos resultados fracos da varejista dos últimos trimestres. Mesmo com uma reestruturação, a varejista não conseguiu apresentar melhorias operacionais ao mercado.
“A Marisa tem uma preocupação maior do que a sua operação debilitada frente seus pares: as despesas financeiras têm comprometido de forma sistemática o potencial de geração de resultado da companhia”, diz Fraga. O atual patamar da taxa de juros também cria um cenário econômico mais desafiador para a varejista.