Os investidores brasileiros caminham para terminar 2024 com a questão fiscal em foco. Após a decepção com o pacote de medidas de contenção de gastos apresentado pelo governo, o mercado aguarda a votação das propostas. Para o próximo ano, o BTG Pactual acredita que a viabilidade política do plano e, principalmente, a sua implementação, vão depender de acordos e alianças entre Executivo e Legislativo. Diante de um cenário de incertezas, o banco indica as melhores ações para 2025.
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O primeiro papel recomendado é o do BB Seguridade (BBSE3). O setor de seguros se destaca por seu caráter defensivo, podendo ter um desempenho mais forte no curto prazo, em meio ao aumento da Selic. “Cada elevação de 1 ponto percentual na taxa média de juros potencialmente aumenta o lucro líquido consolidado em R$ 100 milhões (assumindo todas as demais variáveis constantes), dado que mais de 80% do portfólio de investimentos atual está alocado em títulos pós-fixados”, explica o BTG.
O banco ainda destaca mais fatores positivos da ação: risco de inadimplência baixo, margem alta, cenário competitivo favoravelmente benigno e histórico de boa governança corporativa. Outro ponto alto é que a empresa distribui de 90% a 95% de seus lucros em dividendos, minimizando assim o risco de reinvestimento.
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Outra “queridinha” para 2025 é a Equatorial (EQTL3). O otimismo do banco em relação ao papel se baseia em um valuation atraente e no histórico de execução em operações de distribuição e alocação de capital. “Do ponto de vista operacional, a empresa tem apresentado números sólidos, com redução das perdas de energia e controle rígido dos custos, bem como progresso nas reestruturações das concessões de distribuição recentemente adquiridas”, avalia o banco.
O BTG ainda relembra que a Equatorial assegurou a posição de acionista de referência da Sabesp (SBSP3), adquirindo 15% da empresa. O entendimento é que a operação não foi apenas geradora de valor, como também abriu uma importante avenida de crescimento em saneamento para a companhia.
Na lista de recomendações do banco, quem também marca presença é a Prio (PRIO3). A tese de investimento na petroleira se fundamenta em sua capacidade de execução comprovada e nas oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico. Com alavancagem sob controle, a forte geração de caixa e a progressão de projetos, o BTG avalia que a empresa está em uma posição favorável para começar a distribuir mais valores aos seus acionistas.
“No curto prazo, ficaríamos muito surpresos se as licenças ambientais que impedem a Prio de perfurar não fossem emitidas. Assim que estiverem disponíveis, acreditamos que a empresa terá muito a oferecer”, ressalta o banco, prevendo progressos de produção nos campos de Wahoo, Peregrino e Albacora Leste.
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Entre as preferências do BTG para 2025, estão ainda dois Brazilian Depositary Receipts (BDRs): Mastercard (MSCD34) e Amazon (AMZO34). Quanto à primeira empresa, o banco destaca o elevado Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), estimado em 186% para 2025. O indicador mostra o quanto uma companhia consegue gerar lucro usando seus próprios recursos.
O banco também pontua que a Mastercard apresenta um modelo de negócios defensivo, capaz de resistir a potenciais pressões inflacionárias decorrentes de aumento nas tarifas e políticas migratórias mais restritivas no governo de Donald Trump.
As perspectivas de crescimento também são promissoras, com uma taxa de crescimento anual composta de lucro por ação de 14% entre 2023 a 2026. “Mantemos uma visão otimista em relação aos níveis de consumo e à poupança nos Estados Unidos, suportada por uma economia resiliente, o que deve impulsionar os gastos dos clientes da Mastercard”, enfatiza.
Já em relação à Amazon, os principais fatores positivos são o crescimento e a liderança de mercado da plataforma de nuvem Amazon Web Services (AWS), a expansão da divisão de publicidade da empresa e o engajamento de sua plataforma de e-commerce, em um ambiente de consumo ainda robusto nos Estados Unidos.
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“Com resultados melhorando de forma consistente e expansão das margens, seu múltiplo de Preço sobre Lucro em Crescimento (PEG) é interessante, abaixo da média de 5 anos, oferecendo uma oportunidade atraente aos investidores”, finaliza o BTG Pactual.