

Em meio às discussões sobre tarifas nos Estados Unidos, o Bank of America (BofA) realizou sua tradicional pesquisa LatAm Fund Manager Survey, que coleta a visão de gestores sobre os mercados na América Latina. Com as Bolsas globais em turbulência, apenas 18% dos participantes do estudo acreditam que o Ibovespa deva superar os 140 mil pontos até o final de 2025 – porcentagem menor do que a do mês passado, quando 21% enxergavam esse cenário.
As tarifas americanas continuam sendo o principal risco para a América Latina, mas aumentaram as preocupações com uma desaceleração na China e com a queda nos preços das commodities. As opiniões sobre câmbio se mantiveram estáveis: os participantes da pesquisa continuam projetando um dólar mais fraco neste ano e o real em torno de R$ 5,80.
Com o tarifaço de Donald Trump no radar, 41% dos participantes disseram esperar uma piora adicional nos preços dos ativos do México, contra 22% para o Brasil. Apenas 16% disseram que os impactos já estão precificados no caso mexicano. Já no mercado brasileiro, 31% dos gestores acreditam que os impactos já foram precificados, enquanto 9% avaliam que o País pode se beneficiar das discussões tarifárias em andamento.
Menor apetite por risco
O apetite por risco caiu neste mês. Apenas 6% dos participantes disseram estar assumindo mais risco do que o normal, ante 21% no mês passado. O nível de caixa subiu para 6,6%, acima dos 6,3% de março de 2025 – e superior à média histórica de 5,3%. Os setores financeiro e de utilities (saneamento básico e energia) seguem sendo os preferidos para alocação. Investidores continuam preferindo empresas de “alta qualidade”, mas houve também um aumento do interesse por ações com bons pagamentos de dividendos.
Gestores esperam Selic terminal entre 14,5% e 15%
Uma atividade econômica mais fraca e a valorização do real podem ajudar a conter as expectativas de inflação no Brasil e abrir espaço para menos altas de juros do que se esperava anteriormente. No início do ano, o mercado projetava a Selic terminal em 17% para 2025. Agora, dois terços dos participantes da pesquisa do BofA esperam a taxa entre 14,5% e 15,%, e apenas 16% ainda apostam em um patamar acima de 15%.
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