

O BTG Pactual avaliou que a conclusão do aumento de capital de até R$ 3 bilhões da Minerva (BEEF3), previsto para 29 de abril, fortalece o balanço da companhia, reduz o risco financeiro e oferece aos investidores uma oportunidade no curto prazo com a valorização dos papéis e das opções incluídas na oferta. Assim, elevou o preço-alvo da ação da companhia de R$ 9 para R$ 10, ainda que tenha mantido a classificação neutra.
“O balanço da Minerva será inegavelmente mais forte após a conclusão da oferta, com o capital próprio representando cerca de 35% do valor da empresa com base no preço atual da ação”, apontou o BTG.
O banco avalia que, antes do anúncio da operação, a alta alavancagem – que chegou a 85% do valor da empresa – tornava o investimento excessivamente arriscado, sobretudo em um setor sujeito a volatilidade cambial, preços de commodities e acordos comerciais internacionais.
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Desde a divulgação do aumento de capital da Minerva, as ações subiram 12%, enquanto o valor das opções cresceu 18%. O banco estima que o “valor justo” da ação, considerando o preço da oferta (R$ 5,17) e o valor da meia opção (R$ 2,11), seria de R$ 7,28. Se o mercado passar a precificar a ação em linha com o múltiplo histórico de 5,5x EV (valor da empresa)/Ebitda – o equivalente a cerca de R$ 8,20 por ação após a operação -, o preço poderia chegar a até R$ 11,90 por ação, avalia o relatório.
Além da melhora no perfil financeiro, o BTG aponta uma perspectiva favorável para o pagamento de dividendos. A holding controladora VDQ, da família fundadora, teria tomado R$ 705 milhões em empréstimos para participar da nova oferta.
Em movimentos anteriores, como em 2018, a empresa também contraiu dívida para manter sua participação e, nos anos seguintes, a Minerva distribuiu dividendos que, ajustados à sua fatia societária, compensaram o aporte inicial. “Se o padrão se repetir, os acionistas minoritários podem se beneficiar novamente com dividendos mais robustos”, afirmou o banco.
O relatório também ressalta que esse alinhamento de interesses entre os acionistas controladores e minoritários é positivo. “Esse tipo de decisão de alocação de capital reforça que o foco será a integração dos ativos da Marfrig (MRFG5) e a busca por eficiências operacionais – e não novas aquisições disruptivas no curto prazo”, disse o BTG.
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Com a atualização do modelo, o banco passou a estimar um Ebitda de R$ 4,4 bilhões para 2025 e R$ 4,7 bilhões para 2026. O lucro líquido projetado da Minerva (BEEF3) é de R$ 560 milhões em 2026, após um resultado negativo de R$ 176 milhões em 2025.