O Mirabaud anunciou nesta terça-feira (17) o lançamento de um fundo de investimento em previdência privada em parceria com a Icatu Seguros. O veículo de renda fixa possui uma parcela de cerca de 65% em debêntures (título de dívidas emitido por empresa para uso dos recursos em projetos específicos) high grade e de 25% em títulos públicos, enquanto uma futura alocação em crédito estruturado já é estudada. Por ora disponível somente aos clientes do multi family office suíço, o fundo deve ser distribuído em plataformas no futuro.
Leia também
“Foi uma demanda dos nossos clientes, com o início dos recursos [para o fundo de previdência] vindo da portabilidade de outros fundos, na busca pelo Mirabaud como gestor”, afirmou Fábio Faria, portfolio manager do Mirabaud no Brasil, ao Broadcast Investimentos. O executivo conta que os primeiros R$ 5 milhões em recursos vieram de portabilidade e há mais R$ 5 milhões em processo de transferência.
Faria chegou ao Mirabaud no ano passado com a missão de comandar o pilar de “asset” da empresa no Brasil. Desde então, já foram lançados dois fundos de crédito privado. Sobre o recém-lançado fundo de previdência, o executivo destaca a atratividade pela disciplina no investimento, usufruindo futuramente de uma renda, e por ser um componente no planejamento sucessório.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Atualmente, o fundo trabalha com cerca de 65% do capital alocado em debêntures, diversificado em torno de 20 papéis de setores como energia elétrica, saneamento, saúde, comércio, locação de veículos, petróleo, siderurgia e construção civil. Aproximadamente 70% dos ativos têm rating AAA. Há uma parcela menor de 10% em títulos bancários, em vista do fechamento das taxas. E os outros 25% da cesta do fundo estão em títulos públicos, principalmente em compromissadas, para ter liquidez imediata e aproveitar eventuais oportunidades.
“Há oportunidades mais interessantes nas debêntures, mas [os prêmios] também fecharam muito. Vemos papéis de quatro anos a CDI+0,4%, que são taxas que consideramos muito baixas nesse horizonte de tempo”, diz Faria. Ele observa que o fundo deve trabalhar com um duration de dois a três anos, eventualmente alongando o prazo médio da cesta e ativos se o cenário melhorar.
O fundo de previdência do Mirabaud permite uma exposição de até 10% em produtos estruturados, fatia que deve ser aproveitada mais adiante com a alocação em fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs). “Eles têm um nível de retorno bem interessante e gostamos do produto. Mas sempre com análise criteriosa e qualitativa sobre os gestores, olhando política de investimentos, histórico e subordinação”, diz Faria. Para ele, faz sentido olhar para os FIDCs fechados e “menores”, com volume entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões, no tipo multisacado/multicedente e com pelo menos 30% de subordinação.
O grupo Mirabaud administra US$ 4,5 bilhões na América Latina, sendo US$ 2,5 bilhões no Brasil, considerando as alocações onshore e offshore. O objetivo da empresa é atingir US$ 5 bilhões sob gestão em cinco anos.