O dólar se valorizou ante outras moedas principais, com o euro e a libra pressionados na Europa, em meio a indicadores e sinais de dirigentes de bancos centrais. Além disso, o dólar blue renovou recorde histórico frente ao peso argentino, ainda em contexto de quadro delicado na economia do país sul-americano.
Leia também
Por volta das 18h (de Brasília), o índice DXY, que mede a divisa dos EUA ante seis rivais fortes, avançou 0,74%, a 103,357 pontos. No mesmo horário, o euro caía a US$ 1,0872, a libra cedia a 1,2632 e o dólar subia a 147,23 ienes.
Na agenda de indicadores, no Reino Unido a taxa de desemprego se manteve em 4,2% no trimestre até novembro, mas os salários perderam força, com alta anual de 6,6% no mesmo período. O componente salarial pressionou a libra.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Na zona do euro, o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha subiu a 15,2 pontos em janeiro, enquanto o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acelerou a uma alta anual de 3,7% em dezembro. Entre dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau falou que é cedo para decretar vitória contra a inflação. Ele previu que o BCE provavelmente cortará juros neste ano, mas não quis comentar quando exatamente isso poderia ocorrer, durante painel no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Para Madis Muller, também dirigente do BCE, o mercado está otimista demais em relação aos cortes de juros, e Gediminas Simkus também se mostrou menos otimista que o mercado, sobre a perspectiva de uma eventual redução nas taxas até abril. Mario Centeno, por sua vez, disse que todas as opções devem ser discutidas, nas próximas decisões, sem descartar corte.
Na Argentina, o dólar blue renovou máxima histórica nominal no mercado paralelo, em 1.180 pesos no fim desta tarde. O Julius Baer comenta que mantém postura neutra em relação à dívida soberana do país, após o governo Javier Milei conseguir acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para liberar US$ 4,7 bilhões até o fim de janeiro, no âmbito do pacto bilateral. O Julius Baer nota que o FMI considera a “terapia de choque” ambiciosa, mas o banco suíço acrescenta que o quadro para o país segue desafiador, com inflação batendo novas máximas, expectativa de contração econômica e lacuna crescente entre o câmbio oficial e o paralelo. O acordo com o FMI e medidas fiscais anunciadas são passos na direção correta, na opinião do Julius Baer, mas a implementação segue como algo incerto “em um quadro macroeconômico ainda muito desafiador”. No câmbio oficial, no horário citado o dólar subia a 818,3809 pesos.