O dólar se fortaleceu hoje, após o relatório mensal de empregos (payroll) de janeiro dos Estados Unidos reforçar expectativas de postura mais dura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Após o dado, analistas e investidores reajustavam suas previsões, e em geral consideravam que há pouco motivo para o Fed ter pressa em relaxar sua política monetária, nesse contexto.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 148,31 ienes, o euro recuava a US$ 1,0797 e a libra tinha baixa a US$ 1,2640. O índice DXY, que mede o dólar ante rivais fortes, fechou em alta de 0,85%, a 103,922 pontos, tendo atingido níveis máximos em mais de sete semanas. Na semana, o DXY avançou 0,47%.
A economia dos EUA criou 353 mil empregos em janeiro, bem acima da mediana do Projeções Broadcast, de 195 mil, e também do teto das expectativas. A taxa de desemprego seguiu em 3,7% e o salário médio por hora cresceu acima do esperado. Logo após o dado, o dólar ganhou fôlego.
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No monitoramento do CME Group, após o dado diminuía a chance de corte de juros em março e mesmo em maio, embora neste último caso ainda a expectativa majoritária seja de redução das taxas. Ainda na agenda de hoje, o índice de sentimento do consumidor dos EUA, elaborado pela Universidade de Michigan, subiu a 79,0 em janeiro, acima da previsão de 78,8 e na máxima desde julho de 2021. O dado de Michigan também apoiou as chances de manutenção dos juros em março e maio.
Entre analistas, a Pantheon considerou que o payroll de hoje descarta um corte de juros pelo Fed em março, lançando dúvidas mesmo sobre se ele poderia ocorrer em maio. Ainda assim, a consultoria acredita que a inflação continuará a perder fôlego, o que abrirá espaço para o primeiro corte de juros deste ciclo em maio nos EUA. Em linha similar, o ING comentou que o dado reduz a sensação de urgência para os dirigentes do Fed, com o corte vindo apenas em maio. Na avaliação do CIBC, a redução nos juros viria apenas no segundo semestre.
A Capital Economics avalia que o dólar foi apoiado nesta semana pela postura do Fed, a quarta-feira, após o presidente do BC, Jerome Powell, sinalizar como pouco provável um corte em março, embora também tenha enfatizado a dependência dos dados. A consultoria lembra também o payroll de hoje como apoio para a moeda. Segundo a Capital, há ainda riscos de dólar mais forte adiante, com o desempenho da economia dos EUA mais forte que outras entre as principais pelo mundo.