Por Gabriel Caldeira – O dólar operou em forte alta ante moedas rivais hoje, à medida que o mercado digere o payroll forte da sexta-feira passada (08) e aguarda por números de inflação ao consumidor dos EUA na próxima quarta-feira (13). Com a perspectiva de que haverá mais altas de juros agressivas nos EUA e preocupações quanto à atividade na zona do euro, a moeda comum operou próximo à paridade com a divisa americana.
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Já o iene renovou seu menor nível ante o dólar desde setembro de 1998, pressionado por questões políticas internas e a política monetária no Japão, que segue amplamente acomodatícia. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais, fechou em alta de 0,95%, aos 108,021 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0043, o dólar avançava a 137,43 ienes e a libra depreciava a US$ 1,1888.
Após a geração de empregos de junho ter reforçado um cenário de aumento agressivo dos juros nos EUA, o dólar enfrentará um novo “teste de força” com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no meio da semana, destaca o analista Joe Manimbo, do Western Union. Segundo ele, o índice cheio deve mostrar novo pico e manter a inflação anual acima de 8%, nos maiores níveis em quatro décadas.
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Além da questão monetária, perspectivas de desaceleração da economia global pesam sobre moedas rivais do dólar, como o euro, diz o ING. De acordo com o Citi, a divisa europeia reflete a fragilidade da oferta de gás natural na Europa, após a Rússia reduzir o fornecimento da commodity a países da região em função das sanções que sofreu com a guerra na Ucrânia.
Os desenvolvimentos no mercado de energia europeu contribuem para a perspectiva de recessão na zona do euro, o que obrigará o Banco Central Europeu (BCE) a ter de equilibrar os temores inflacionários com os de recessão. “Isso pesará em moedas pró-cíclicas como o euro, a libra esterlina, a coroa sueca e muitas moedas de países das regiões Leste e Central da Europa”, diz o ING. O euro atingiu mínima diária de US$ 1,0034, menor valor desde dezembro de 2002, último mês em que a moeda comum operou abaixo de US$ 1.
Na Ásia, o iene seguiu em processo constante e forte de depreciação ante o dólar. A moeda japonesa sofre não só com a comparação entre as posturas do Federal Reserve (Fed) e do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), como também com as repercussões políticas no país do assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe e das eleições parlamentares, realizadas neste fim de semana. Hoje, o dólar atingiu máxima de 137,760 ienes, maior cotação desde setembro de 1998.
Entre moedas emergentes, o peso argentino se enfraqueceu ante o dólar no câmbio oficial, mas mostrou força no mercado paralelo, após a ministra da Economia da Argentina, Silvina Batakis, anunciar um conjunto de medidas para restabelecer o “equilíbrio fiscal” e informar a manutenção das metas do acordo do refinanciamento da dívida com o Fundo Monetário internacional (FMI). No período citado, o dólar subia a 127,3980 pesos, enquanto o chamado “dólar blue” recuava a 268 pesos, segundo dados do diário Ámbito Financiero.
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