A Operação Carbono Oculto é a maior feita até hoje para combater a infiltração do crime organizado na economia formal do País. (Foto: Werther Santana/Estadão)
A corretora Monte Bravo divulgou um comunicado para esclarecer que não possui qualquer relação com a Monte Bravo Participações LTDA, empresa citada na Operação Carbono Oculto, deflagrada por agentes da Polícia Federal, Polícia Militar e órgãos parceiros na última semana.
“Nenhuma empresa do nosso grupo foi alvo de mandados ou medidas das autoridades. O uso do nome Monte Bravo por terceiros não autorizados não tem nenhuma relação com nossa marca, devidamente registrada e consolidada no mercado financeiro”, destacou a corretora.
Apesar da semelhança no nome, as empresas têm naturezas jurídicas diferentes. A Monte Bravo é uma Sociedade Anônima (S.A), tendo capital dividido em ações, já a Monte Bravo Participações LTDA é uma Sociedade Limitada, em que o capital é dividido em cotas e a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de suas cotas.
O objetivo da Operação Carbono Oculto é combater esquemas de fraudes e de lavagem de dinheiro. Estão na mira da investigação várias etapas da cadeia de combustíveis controladas pelo crime organizado, desde a importação, produção, distribuição e comercialização ao consumidor final até os elos finais de ocultação e blindagem do patrimônio, via fintechs e fundos de investimentos.
As transações financeiras realizadas por meio de instituições de pagamento, em vez de bancos tradicionais, dificultavam o rastreamento dos valores movimentados. Posteriormente, o lucro auferido e os recursos lavados do crime eram blindados em fundos de investimentos com diversas camadas de ocultação de forma a tentar impedir a identificação dos reais beneficiários.
Só a região da avenida Faria Lima, principal centro financeiro do País, concentra 42 dos alvos da Operação Carbono Oculto, que incluem empresas, gestoras, corretoras e fundos de investimentos avaliados em R$ 30 bilhões.
O E-Investidor obteve acesso à lista dos fundos investigados na operação – confira aqui. Além de terem apenas um cotista – geralmente outro fundo de investimento, para dificultar a identificação do beneficiário final – essas estruturas levavam a empresas e bens ligados a Mohamad Hussein Mourad, executivo do antigo grupo Aster/Copape e apontado como integrante da organização criminosa.