A MRV&CO – conglomerado que reúne as empresas MRV, Resia, Luggo e Urba – encerrou o terceiro trimestre de 2022 com lucro líquido de apenas R$ 2 milhões. O número representa um achatamento de 99% na comparação com o mesmo intervalo de 2021, quando obteve lucro de R$ 165 milhões.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 36 milhões, queda de 90,6% na mesma base de comparação. A margem Ebitda saiu de 21,5% para 2,1% em um ano.
A receita líquida consolidada chegou a R$ 1,695 bilhão, recuo de 5,8%. A margem bruta consolidada diminuiu de 27,1% para 19,3%. A pressão sobre os resultados do grupo veio da Resia, empresa que constrói e aluga apartamentos residenciais nos Estados Unidos, para depois serem vendidos a grandes investidores.
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A Resia gerou prejuízo de R$ 51 milhões porque vem ampliando os gastos para expandir as operações, mas no período não contou com a receita de nenhuma venda de propriedade.
Os outros braços de negócios também ficaram no vermelho. A Luggo, que tem o mesmo modelo da Resia aqui no Brasil, deu prejuízo de R$ 7 milhões; enquanto a Urba, de loteamentos residenciais, gerou prejuízo de 1,5 milhão.
Por outro lado, a MRV teve lucro líquido 4,0% maior na mesma base de comparação anual, chegando a R$ 61 milhões. A margem bruta foi de 18,9%. A MRV faz a construção e incorporação no Casa Verde e Amarela (CVA) e no segmento de médio padrão.
As despesas gerais e administrativas consolidadas subiram 42%, para R$ 176 milhões, também acompanhando a expansão das operações da Resia.
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A linha de outras receitas e despesas operacionais gerou uma despesa de R$ 41 milhões, contra uma receita de R$ 133 milhões um ano antes. Houve ainda uma piora na linha de equivalência patrimonial (em que são apurados os projetos da companhia com terceiros), que ficou negativa em R$ 31 milhões, deterioração de 171%.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou positivo em R$ 113,2 milhões.
Conforme já informado anteriormente em seu relatório operacional prévio, houve uma queima de caixa de R$ 1,220 bilhão no trimestre, também puxada pela Resia.
A dívida líquida consolidada deu um salto de 61,2%, para R$ 4,109 bilhões. Nesse período, a dívida bruta cresceu 36,9%, para R$ 7,264 bilhões, enquanto o dinheiro disponível em caixa aumentou 13,8%, para R$ 3,204 bilhões.
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O cronograma de vencimento da dívida tem R$ 823 milhões de financiamentos corporativos em moeda a serem quitados nos próximos 12 meses, além de outros R$ 410 milhões em moeda estrangeira no mesmo período.
A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) cresceu de 40% para 58,9%, enquanto a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda de 12 meses) avançou de 2,09 vezes para 3,42 vezes.