A Natura encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido consolidado de R$ 151,5 milhões. (Foto: Adobe Stock)
A Natura (NTCO3) começou o ano com prejuízo líquido consolidado de R$ 151,5 milhões, uma melhora de 83,7% frente ao prejuízo de R$ 935,1 milhões apurado em igual período de 2o24. O mercado avaliou positivamente os resultados, mas os analistas ainda ressaltaram o peso da Avon no balanço.
Segundo a XP Investimentos, a Natura está voltando a acelerar, mas a Avon segue pressionada. “A Avon continua sendo um ponto negativo devido à falta de inovação, que deve ser abordada, mas não no curto prazo, dado o processo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)”.
No balanço da Natura, a receita líquida consolidada alcançou R$ 6,7 bilhões no período, alta anual de 45,8%. Enquanto isso, a receita da Avon Internacional veio praticamente estável, com queda de 2,9% na margem Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) reportada.
A rentabilidade também foi destaque negativo da XP. “Após 7 trimestres de expansão, a margem bruta caiu 20 pontos base devido a efeitos pontuais na Argentina (-0,5 ponto percentual), enquanto a mistura de produtos (maior participação de presentes) e esforços comerciais táticos compensaram parcialmente uma melhor mistura de países e ganhos da Onda 2 (iniciativa para integrar e simplificar as operações das marcas Natura e Avon na América Latina)”, dizem Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
Para o BTG Pactual, o desempenho da marca Natura na América Latina conseguiu compensar a tendência negativa da Avon e o aumento das despesas com vendas. “No que diz respeito à Avon Latam, as vendas (considerando apenas produtos de beleza) caíram 12% a/a no Brasil e subiram 12% nos outros países da região (ou -6% excluindo Argentina), enquanto a receita da linha Home & Style recuou 15% (considerando Brasil e Latam)”, diz em relatório.
Tanto as vendas quanto as tendências de lucratividade na América Latina superaram as estimativas do Goldman Sachs. “A principal surpresa, em nossa visão, foi o fato de a margem bruta na região ter retornado ao nível do terceiro trimestre de 2024 (aproximadamente 67%), algo inesperado considerando os menores ganhos inflacionários na Argentina no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao 3T24”, avalia em relatório assinado por Irma Sgarz, Felipe Rached e Gabriela Leme.
Vale a pena comprar ações da Natura agora?
Apesar do cenário adverso com Avon, a recomendação da XP se mantém de compra, com preço-alvo de R$ 18,00 e potencial de valorização de 91,69% em relação ao fechamento do dia anterior.
Já o BTG e o Goldman mantiveram uma visão cautelosa dos papéis da empresa, com recomendação neutra. Os preços-alvo ficaram em R$ 18,00 e R$ 12,00 respectivamente.
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No início do pregão, a empresa disparava acima de 6,39%, liderando altas no Ibovespa hoje. Já às 11h30 (de Brasília), as ações da Natura (NTCO3) mostravam alta de 4,79%, a R$ 9,79.