O que está acontecendo com as ações da Natura &CO (NTCO3)?

Reestruturação com CEO Fabio Barbosa e futuro de The Body Shop, Aesop e Avon estão em pauta

Fábio Barbosa, diretor-presidente da Natura (NTCO3) renunciou ao seu cargo como membro do conselho administrativo da empresa, em mais um passo no processo de reestruturação da companhia.

O movimento foi acompanhado pela renúncia de outros quatro outros conselheiros – Ian Martin Bickley, Jessica DiLullo Herrin, Wyllie Don Cornwell e Nancy Killefer. A instância terá agora um máximo de 9 membros, além de prever a separação dos cargos de presidente do conselho administrativo e CEO da empresa, ocupada por Barbosa.

Fábio Colletti Barbosa (1954) é formado em administração pela FGV e era o principal executivo do Santander (SANB11) no período de seu bem-sucedido processo de IPO em novembro de 2000.

Ele também já ocupou a presidência da Febraban e do Grupo Abril, além de outros cargos executivos na Nestlé, Citibank e ABN Amro Bank.

No acumulado dos últimos 12 meses as ações da Natura &Co vêm caindo 46%.

Um dos maiores desafios é a integração de seus negócios com as marcas Avon, Aesop e The Body Shop, além da própria internacionalização da Natura em si.

A Natura não se decide sobre o futuro da Aesop (venda total, parcial ou mesmo IPO de um negócio avaliado em US$ 2 bi), o que frustra investidores.

Queda de receitas no pós-pandemia, questões sobre canais de vendas e recuo no faturamento da TBS e em mercados regionais e a lenta integração com operações da Avon tampouco agradam o mercado.

A inflação e a alta de juros em mercados-chave na Europa, América Latina e EUA têm achatado o poder de compra de seu público consumidor, além de aumentar custos de produção.

É neste ponto que a Aesop, uma marca premium, se mantém longe da crise e pode se tornar uma solução.

A Natura apresentou prejuízo líquido de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre de 2022, após apresentar lucro no mesmo período de 2021. Faturamento fraco frente a dificuldades econômicas devem orientar maior geração de caixa para os próximos meses.

Parte da reestruturação da Natura &Co é uma resposta às críticas de seus acionistas por sua estrutura de governança e a política de remuneração de seus executivos.

Fora o grupo de controladores (que inclui os fundadores Guilherme Leal, Pedro Passos e Antonio Seabra), a gestoras Dynamo e Blackrock têm fatias de, respectivamente, 5,125% e 5.067%.