Nesta segunda-feira (27), os mercados enfrentam cautela e aversão a risco. Os índices futuros das bolsas de Nova York, em especial o Nasdaq, operam impactados pela notícia de que a startup chinesa DeepSeek lançou um modelo de Inteligência Artificial (IA) avançado por apenas US$ 6 milhões, utilizando chips menos sofisticados. Por volta das 11h, o futuro de Dow Jones registrava queda de 0.79%, o do S&P 500 caía 2,71% e o do Nasdaq baixava 3,55%. Em Wall Street, as ações de tecnologia caem fortemente, lideradas pela Nvidia (NVDA), que desaba 11,6% com a pressão no mercado.
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Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) caem mais, influenciados ainda pelo tom mais amigável de Donald Trump com a China e após o impasse com a Colômbia sobre imigrantes deportados. Já o dólar cai frente a moedas principais, mas sobe contra as emergentes ligadas a commodities. Em relação ao real, a moeda americana abriu em alta de 0,51%, a R$ 5,9489, após acumular perdas de 2,42% na semana passada.
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Quanto aos juros futuros, a queda acentuada dos rendimentos dos Treasuries pode trazer alívio à curva, enquanto a piora das expectativas de inflação pelo boletim Focus têm influência contrária (veja detalhes abaixo).
As commodities, por sua vez, operam em direções contrárias. O minério de ferro fechou em alta de 1,06%, na China, e o petróleo opera no campo negativo, caindo cerca de 0,80%.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,89% no pré-mercado de Nova York, por volta das 9h10 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras cediam 0,51% no mesmo horário.
O Ibovespa futuro também abriu o dia em queda de 0,60%, aos 122.370 pontos. As atenções do mercado estão no boletim Focus, nas discussões sobre redução dos preços dos alimentos e na reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a presidente da Petrobras (PETR3; PETR4) – veja aqui a agenda completa da semana.
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A última semana de janeiro promete ser quente para os investidores em meio à divulgação de balanços das grandes empresas americanas, de decisões de juros e do PIB dos EUA.
O que fica no radar do Ibovespa futuro
Boletim Focus
O boletim Focus atualizou, nesta segunda-feira (27), as previsões para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Selic às vésperas do primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Veja o relatório completo nesta matéria.
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela 15ª semana consecutiva, e desta vez saltou de 5,08% para 5,50% – exatamente 1 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 4,96%.
Já a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 ficou estável em 15,0%. Um mês atrás, estava em 14,75%. Na sua última reunião, de dezembro, o Comitê de Política Monetária aumentou a taxa básica para 12,25% ao ano e sinalizou mais duas elevações de 1 ponto porcentual cada, que levariam os juros a 14,25% em março.
O Copom volta a se reunir terça e quarta-feira, 28 e 29, para definir a taxa Selic. De 51 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast, 50 esperam que o comitê cumpra o forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) e eleve a taxa Selic a 13,25%.
Mercado brasileiro
O mercado também segue atento às discussões sobre a redução dos preços dos alimentos e à falta de novas medidas fiscais do governo. O Ministério da Fazenda negou que propostas fiscais seriam anunciadas nesta semana.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o trabalho da equipe econômica é chegar “todo santo dia” pensando em fórmulas para melhorar o ambiente de negócios e arrumar a “bagunça” herdada do governo anterior.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
*Com informações do Broadcast
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