(Letícia Simionato, Estadão Conteúdo) — O ouro fechou em queda nesta terça-feira, pressionado pela valorização do dólar e alta dos rendimentos dos Treasuries, à medida que os dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, divulgados pela manhã, surpreenderam o mercado ao virem acima do esperado e confirmarem a trajetória hawkish do Federal Reserve (Fed).
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro caiu 1,33%, cotado a US$ 1.717,4 por onça-troy.
“O ouro foi esmagado após um relatório de inflação escaldante redefinir completamente as expectativas dos investidores sobre quando o Fed encerrará seu ciclo de aperto. O ouro está na zona de perigo novamente e pode ver outra corrida em direção às mínimas. Não estamos nem perto de precificar o pico de aperto do Fed e isso significa que isso pode ser uma fase difícil para o ouro. Se o ouro quebrar abaixo de US$ 1.700, não haverá muito suporte até a região de US$ 1.650”, analisa o economista Edward Moya, da Oanda.
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De acordo com dados publicados hoje pelo Departamento do Trabalho, o CPI dos Estados Unidos subiu 0,1% em agosto ante julho, contrariando a mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de queda de 0,1%. Já o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, avançou 0,6% na comparação mensal de agosto, quando o consenso do mercado era de alta de 0,3%.
Para o CIBC, os dados de inflação de hoje “dão luz verde” para o Fed elevar juros em pelo menos 75 pontos-base na reunião de política monetária do próximo dia 21. Em nota, o banco canadense ressalta que todas as categorias mostraram aceleração de preços, com exceção da de commodities energéticas. A Capital Economics ainda avalia que uma alta de 100 pontos-base não deve ocorrer, já que os Fed funds estão perto da taxa neutra no momento.