O ouro fechou em queda nesta quinta-feira (17), pressionado pela alta global de juros de títulos soberanos globais, em especial dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano). O movimento ocorre em meio a incertezas sobre a economia global e os próximos passos de política monetária dos BCs de economias desenvolvidas.
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em queda de 0,68%, a US$ 1.915,20 por onça-troy. Os preços do ouro continuaram pressionados pelo rali em retornos da renda fixa, avalia o CMC Markets. “Com os rendimentos de longo prazo voltando aos níveis de 2008 e a inflação sinalizando queda, a justificativa para adquirir ouro pode diminuir ainda mais”, aponta a consultoria.
Estrategista sênior de renda fixo do Saxo Bank, Althea Spinozzi analisa que o movimento dos títulos impulsionando juros mais altos não reflete apenas a venda por investidores, mas um “cenário macroeconômico e de suprimentos em geral” contribuindo para a tendência.
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Na visão da ActivTrades, o ouro continua bastante fraco neste cenário e “tem um caminho claro para cair até US$ 1.850”, considerando que não encontraria suporte abaixo de US$ 1.900 a onça troy.
Em relatório, o Julius Baer afirma que a perspectiva de crescimento, inflação e política monetária dos EUA são os fatores mais importantes para os preços do ouro e da prata no momento. De acordo com o banco, os riscos de recessão nos Estados Unidos diminuíram, acompanhados pelo desaparecimento das expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
“Dito isso, o eventual fim do aperto monetário não é suficiente para atrair investidores de volta aos mercados de metais preciosos, o que seria necessário para reiniciar o rali do ouro e da prata e colocá-lo em uma base sólida”, avalia o Julius.