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Petrobras (PETR3): ação tem maior valorização diária desde agosto de 2021

Empresa ganhou R$ 40,9 bilhões em valor de mercado e contribuiu para o Ibovespa renovar recorde histórico

Petrobras (PETR3): ação tem maior valorização diária desde agosto de 2021
Petrobras (Foto: Wilton Junior/Estadão)

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) tiveram um dia positivo na Bolsa brasileira nesta segunda-feira (26). Enquanto os papéis preferenciais (PETR4) fecharam o pregão em alta de 7,26% a R$ 39,57, os ordinários (PETR3) registraram valorização de 8,96% a R$ 42,92, liderando a ponta positiva do Ibovespa.

De acordo com dados de Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, as ações preferenciais da empresa não tinham uma valorização tão significativa desde 12 de agosto de 2022, quando o avanço foi de 7,43%. Desde o início da pandemia, a PETR4 valorizou acima de 7% apenas em 14 oportunidades, incluindo o movimento desta segunda-feira. A maior alta nesse intervalo foi em 13 de março de 2020, então de 22,22%.

Já as ações ordinárias da petroleira não registravam uma valorização tão intensa desde 5 de agosto de 2021, quando o papel subiu 9,63%. Considerando o período entre o início da pandemia e o momento atual, a ação ordinária registrou sete valorizações superiores a 9%, incluindo a desta sessão. O maior salto observado no intervalo também foi em 13 de março de 2020, quando o ativo disparou 22,76%.

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Em termos de valor de mercado, a Petrobras ganhou R$ 40,9 bilhões nesta segunda-feira, ainda segundo o levantamento de Rivero, da Elos Ayta Consultoria. A quantia conquistada pela empresa é equivalente ao valor de mercado de outra petroleira: a Prio (PRIO3).

Por trás do desempenho positivo da estatal neste pregão, está a valorização dos contratos futuros de petróleo no exterior. A commodity teve ganhos acima de 3%, com investidores de olho no recrudescimento das tensões no Oriente Médio. Uma interrupção da produção e exportação do petróleo na Líbia também injetou preocupações sobre um possível choque de oferta.

Além do desempenho da commodity, colaborou para a disparada dos papéis da petroleira a notícia de que o Morgan Stanley elevou a recomendação da empresa de equal-weight (equivalente à neutra) para overweight (equivalente à compra), com preço-alvo de US$ 20 para os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores comprem nos Estados Unidos ações de empresas não americanas).

Em relatório do banco, os analistas Bruno Montanari, Thiago Casqueiro e Carlos Moraes destacaram que a revisão na recomendação se deve ao foco da companhia na remuneração dos acionistas, após as análises de mercado sugerirem a possibilidade de distribuições extras de dividendos aproximando-se de US$ 7 bilhões até o ano de 2025.

“A Petrobras se destaca por seu forte perfil de geração de caixa, com ativos de petróleo offshore (fora da costa) de alta produtividade e baixos custos, diferenciando-se globalmente e assegurando fundos para dividendos futuros”, avaliaram os analistas sobre a petroleira.

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Nem mesmo as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiram apagar os ganhos da Petrobras na sessão. Em discurso na sede do Ministério de Minas e Energia, Lula afirmou que a estatal precisa ajudar empresas brasileiras a crescerem por meio do conteúdo nacional de suas operações – ou seja, comprar equipamentos e serviços de companhias locais. A prática é criticada pelo mercado.

Ainda na ocasião, o petista repetiu que a Petrobras não é uma empresa só de petróleo e gás. “É uma companhia de investimento em pesquisa, em inovação, e para ajudar as empresas brasileiras a crescerem. Daí a necessidade do conteúdo nacional”, disse o presidente da República.

O salto das ações da Petrobras na sessão ajudou o Ibovespa a renovar a sua máxima histórica de fechamento nesta segunda-feira. A principal referência da B3 terminou o dia em valorização de 0,94%, aos 136.888,71 pontos, superando o recorde batido na última quarta-feira (21), quando o índice encerrou a sessão aos 136.463,65 pontos. Nesta matéria, veja as ações que mais subiram e caíram na sessão.