

O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3; PETR4) aprovou a continuidade da implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), localizada em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O investimento estimado para conclusão da UFN-III é cerca de R$ 3,5 bilhões e a previsão de início de operação é 2028.
Segundo a petrolífera, a decisão da continuidade foi fundamentada em uma reavaliação do projeto que, à luz das premissas do Plano Estratégico 2024-2028 (PE 2024-2028), teve sua atratividade econômica confirmada para essa fase.
Com a decisão, o projeto passa a integrar a carteira em implantação do Plano Estratégico vigente e a estatal dará início aos processos de contratação para retomada das obras.
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A unidade estava hibernada desde 2015 e o processo de reavaliação do projeto começou ano passado, em função da aprovação do retorno da companhia ao segmento de fertilizantes.
“A autorização final ainda será submetida à aprovação pelas autoridades competentes da Petrobras, o que permitirá a assinatura dos contratos para retomada das obras”, ponderou a empresa.
O projeto da UFN III prevê a produção anual de cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil de toneladas de amônia.
Análises sobre a operação da Petrobras
Citi
O Citi vê a decisão da Petrobras de avançar com o projeto UFN-III com “certo ceticismo”. Embora o banco veja o mercado brasileiro de fertilizantes como atraente, há dúvidas sobre a vantagem competitiva que a empresa terá nesse setor, devido ao alto preço do gás natural.
Os analistas Gabriel Barra, Andrés Cardona e Pedro Grama estimam que, com a conclusão do projeto e das outras três unidades de fertilizantes, a Petrobras poderia alcançar uma participação de mercado de 35% no mercado brasileiro de ureia. Eles também ressaltam que, atualmente, o país tem grande dependência do mercado externo para o abastecimento nacional de fertilizantes NPK.
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Por outro lado, os analistas defendem que a empresa deveria focar em projetos de upstream (fluxo inicial de um projeto), devido à maior TIR e ao grande know-how (habilidade adquirida pela experiência) da Petrobras na produção de petróleo e gás em águas profundas.
O Citi tem recomendação neutra para os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Petrobras, com preço-alvo de US$ 15, o que representa um potencial de valorização de 8,8%, com base no último fechamento.
XP
A XP Investimentos avalia que o anúncio da aprovação pelo Conselho de Administração da Petrobras para avançar com o projeto UFN-III não tem impacto significativo sobre o caso de investimentos da empresa. A instituição ressalta que a decisão é controversa devido aos retornos relativamente baixos esperados para o projeto.
Na avaliação dos analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, a decisão não impacta tanto o negócio pois a Petrobras tem um capex (investimento) remanescente estimado em R$ 3,5 bilhões, cerca de 0,7% do valor de mercado da companhia até 2028.
No entanto, a casa aponta que a decisão de investimento levanta preocupações sobre futura alocação de capital no próximo plano de negócios. “A decisão de investir em fertilizantes é controversa por causa de seus retornos mais baixos, mas não é totalmente inesperada”, dizem os analistas.
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A XP segue otimista com a Petrobras (PETR3; PETR4) e a companhia segue como uma de suas principais escolhas no setor.