A presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Magda Chambriard, disse que a companhia voltou a estudar a possibilidade de ter preços diferenciados para o gás de cozinha (GLP) por conta do aumento do uso para fins industriais. Por ora, a estatal está tentando combater essa ampliação com leilões, segundo ela.
“As distribuidoras estão aumentando esse mercado, alegando o uso doméstico do gás, mas expandiram o uso industrial. A parte do uso industrial nós não vamos deixar crescer. Vamos fazer leilão”, disse a executiva, em coletiva de imprensa, na terça-feira (6), na Offshore Technology Conference (OTC), que acontece em Houston, no Texas. “Nada mais justo do que o preço do leilão”, disse.
No passado, a Petrobras chegou a ter dois preços, um industrial e um doméstico, e, agora, essa discussão voltou, segundo Magda. A executiva afirmou que se a estatal não conseguir resolver a questão com leilões, pode arbitrar um preço industrial. “E aí, arbitrando, a gente já começa a ter outro tipo de problema que nós também já enfrentamos no ano passado. Então, por enquanto, estamos enfrentando esse aumento de uso de GLP industrial com leilão”, disse.
Ela se queixou ainda da diferença dos preços do gás de cozinha na refinaria e o valor que chega ao consumidor. Mas, ponderou que, com a venda a Liquigás, perdeu-se o instrumento de controle. A venda da participação da Petrobras na distribuidora ocorreu em 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para o consórcio formado pela Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.
“A gente está vendendo GLP na refinaria da ordem de R$ 35,00, R$ 36,00 o volume de 13 quilos. Tem locais do Brasil que [o valor] chega [na ponta] a R$ 170,00. Então, é uma margem gigantesca e que muitas vezes supera a margem do pré-sal”, avaliou a presidente da Petrobras (PETR3; PETR4).