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Foto: Adobe Stock"
O Goldman Sachs afirmou em relatório que não irá alterar a previsão de investimentos (capex) da Petrobras (PETR4) para os próximos anos, depois da divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024, na noite da última quarta-feira (26). Os investimentos adicionais da estatal realizados nos últimos três meses do ano, e as implicações que tal estouro poderia ter tanto no capex quanto na produção para 2025 e além, foram o foco na teleconferência com analistas na tarde de nesta quinta-feira (27).
Com base na afirmação da companhia, de que toda a mudança no ritmo de pagamento de fornecedores já foi implementada no último trimestre do ano, o banco acredita que também suas previsões de dividendos não devem ser materialmente impactadas. A expectativa é de um pagamento de US$ 12 bilhões em 2025, o que representaria um rendimento de 13%.
Os analistas Bruno Amorim, Guilherme Costa Martins e Guilherme Bosso avaliam ainda que a queda das ações hoje, que chegaram a perder mais de 7% (PN), provavelmente reflete as preocupações dos investidores sobre o futuro desses dois tópicos (capex e dividendos). No entanto, à medida que a companhia entregue o fluxo de caixa livre (FCF) e dividendos ao longo dos próximos trimestres, pode haver espaço para uma recuperação do papel.
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O relatório ressalta ainda que a Petrobras associou o ‘estouro’ do capex no quarto trimestre à antecipação de investimentos inicialmente esperados para 2025, o que, na visão da empresa, poderia mitigar os riscos de atrasos e também possivelmente aumentar o potencial de novas plataformas entrarem em operação mais cedo.
No entanto, os analistas pontuam que a projeção (guidance) de capex para 2025 não foi reduzido e a meta de produção não foi aumentada, o que pode representar algum conservadorismo por parte da administração, mas também pode significar que o dividendo menor do que o esperado no quarto trimestre não será necessariamente compensado por dividendos maiores nos próximos anos, o que explica a reação negativa do mercado.
O Goldman tem recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 45,40 (ON) e R$ 41,30 (PN), o que representa um potencial de alta de 9,3% e 8,8% em relação ao fechamento da última quarta-feira (26), respectivamente.