Com a cotação do petróleo disparando no mercado internacional e os combustíveis cada vez mais caros no Brasil, a Petrobras registrou lucro de R$ 31,14 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Assim, reverteu o prejuízo de igual período do ano passado. A retomada do consumo da gasolina e do óleo diesel, à medida que a vacinação avança no País, também ajudaram a petrolífera a engordar o caixa. Além disso, a estatal contou com um dinheiro extra que entrou com acordo firmado com sócios chineses no pré-sal e alguns benefícios tributários.
Leia também
O resultado surpreendeu o mercado financeiro, que esperava lucro de R$ 21,4 bilhões, segundo projeção de cinco instituições ouvidas pelo Prévias Broadcast – BTG Pactual, Credit Suisse, Goldman Sachs, Senso Investimentos e Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). No terceiro trimestre do ano passado, a empresa teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão.
O lucro contraria as intenções do presidente da República, Jair Bolsonaro, que, nesta quinta-feira, em sua live semanal, disse que a Petrobras “tem que ser empresa que dê lucro não muito alto, como tem dado”. A empresa tem sido alvo de ataques do presidente, por conta dos reajustes dos combustíveis.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Volumes de venda e preços elevados favoreceram a Petrobras, dessa vez. A empresa também está sendo recompensada por apostar no pré-sal, onde estão seus campos mais produtivos e rentáveis. Nesse trimestre, a estatal vendeu 10,5% mais derivados de petróleo do que em igual período de 2020. Quase a totalidade dos produtos que comercializou foi fabricada a partir de matéria prima própria, com custos em reais. Os valores cobrados dos seus clientes, no entanto, foram calculados em dólar e alinhados ao mercado internacional, onde o petróleo não para de subir.
Com o crescimento do barril de petróleo do tipo brent, negociado em Londres, de 70,9%, ante o terceiro trimestre do ano passado, a Petrobras alcançou receita de R$ 121,59 bilhões, 71,9% maior que a de igual período do ano passado. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de R$ 60,74 bilhões, representou um avanço de 81,7%, na mesma base de comparação.
A Petrobras ainda contou com US$ 2,9 bilhões das chinesas CNOOC e CNODC, uma compensação aos investimentos estatais feitos no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, do qual são sócias. Também ajudou a reversão de baixas contábeis do passado, relativas a ativas que passaram a valer à pena com o barril valorizado.
Com tantos fatores positivos, a empresa conseguiu reduzir ainda mais sua dívida bruta a US$ 59,5 bilhões, que praticamente bateu a meta de US$ 60 bilhões estipulada para o fim do ano. A dívida líquida ficou em US$ 48,13 bilhões.
Publicidade