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Petróleo Brent acelera e fica acima de US$ 110 por barril

Preço represente recorde de vários anos

Petróleo Brent acelera e fica acima de US$ 110 por barril
Plataforma de petróleo (Foto: Envato Elements)

Os preços de referência globais do petróleo subiram acima de US$ 110 por barril, atingindo um recorde de vários anos, à medida que aumentava a preocupação de que o crescente isolamento econômico da Rússia desde a invasão da Ucrânia interromperia o fornecimento global de energia.

O último aumento ocorreu mesmo depois que membros da Agência Internacional de Energia concordaram nesta terça-feira, 1º, em liberar suprimentos de suas reservas de petróleo e apesar dos esforços dos governos ocidentais para excluir petróleo e gás de suas sanções à Rússia.

“A grande magnitude da oferta em risco de interrupção significa que até mesmo um pedaço decente de reservas sendo liberado pode não surtir efeito”, disse Daniel Hynes, estrategista sênior de commodities do ANZ em Sydney.

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As refinarias se recusam a comprar petróleo russo, enquanto os bancos se recusam a financiar embarques de commodities russas, segundo executivos de petróleo, banqueiros e traders. As empresas estrangeiras de energia também estão se afastando do país: a Shell planeja sair de suas joint ventures com a gigante russa de energia Gazprom, e a BP pretende se desfazer de sua participação de quase 20% na produtora de petróleo estatal russa Rosneft.

No final da manhã de quarta-feira, no horário de Hong Kong, os contratos futuros do petróleo Brent para maio estavam 5,5% mais altos, a US$ 110,72 o barril, mostraram dados do FactSet. O aumento levou os ganhos do Brent este ano para cerca de 42% e colocou a referência internacional do petróleo no caminho para se estabelecer em seu nível mais alto desde julho de 2014.

O equivalente nos EUA, West Texas Intermediate, também saltou. Os contratos WTI mais negociados subiram cerca de 5,1%, para US$ 108,65.

As ações de empresas de petróleo e gás subiram no pregão asiático, com a australiana Woodside Petroleum Ltd. avançando mais de 5% e a japonesa Inpex Corp., quase 8%.

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O aumento dos preços das commodities pode forçar o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que já enfrenta a inflação na máxima de 40 anos, a acelerar os aumentos das taxas de juros neste verão, aumentando potencialmente o risco de recessão no próximo ano.

Uma regra prática afirma que uma alta de US$ 10 no preço do barril de petróleo aumenta a inflação geral dos EUA em 0,4 a 0,5 ponto porcentual. A Rússia é um dos principais fornecedores de petróleo e gás natural e um ator importante em algumas outras commodities, incluindo vários metais.

Em outros mercados globais, os futuros de ações dos EUA subiram modestamente, sugerindo que as ações podem recuperar nesta quarta-feira algumas das perdas do dia anterior. Os índices de ações asiáticos foram em sua maioria negativos.

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