“Acho que ela [Petrobras] vai esperar uma semaninha, dez dias, para ver como fica a guerra com Israel. Mas, de qualquer maneira, tem sempre aquele medo de ter uma defasagem muito grande, principalmente em relação ao diesel, pelo risco de ter desabastecimento”, disse Pires ao Broadcast. “O mercado de petróleo é muito sensível a questões geopolíticas”, completou.
O Brasil importa cerca de 30% do diesel que consome. A boa notícia, destacou Pires, é a volta das exportações russas do combustível, produto que vinha sendo vendido com desconto de até 18% antes da suspensão das importações. Com a liberação das vendas externas, e se mantido os descontos, o diesel russo pode amenizar a necessidade de aumento pela estatal. “Isso se a guerra não atrapalhar”, destacou. Uma das hipóteses é do diesel russo ser vendido sem desconto, principalmente com o inverno no Hemisfério Norte se aproximando, ressaltou.
Segundo Pires, quando o petróleo tocou US$ 97 na semana retrasada e o dólar disparou, o mercado criou a expectativa de um possível aumento de preços pela Petrobras. Na semana passada, porém, a commodity voltou a ceder e fechou na sexta-feira em torno dos US$ 83 o barril. A defasagem dos derivados da estatal em relação ao mercado internacional, principalmente do diesel, chegou a registrar dois dígitos por vários dias nesse período, mas recuou no final da semana.
“A defasagem caiu muito, então não haveria necessidade da Petrobras tomar essa medida anti populista de aumentar os derivados com petróleo a U$ 83. Agora, semana que vem, se concretizar esse cenário do preço subir muito, a defasagem vai ser gigante, porque petróleo a US$ 100 e dólar a R$ 5,15…. “, explicou.